O longo caminho até Boston

A 125ª Maratona de Boston será realizada no dia 11 de outubro, com um número menor de participantes devido à pandemia.  Com o limite de 20 mil inscritos e uma janela maior (por conta do cancelamento da edição 2020) para comprovação índice, o tempo de corte para a disputa aumentou para 7:47, deixando muitos de fora. Se os sonhos de alguns foram interrompidos, aqueles que conseguiram, em maio deste ano, confirmar a participação na edição 2021 estavam, sem dúvida, esperançosos de que em outubro a pandemia já estivesse controlada e as regras para entrar e sair dos países já estivessem normalizadas. No entanto, o tempo passou e não foi bem o que aconteceu. Muitas ainda estão bem rígidos em relação à autorização de turistas, obrigando pessoas oriundas de algumas países, como o Brasil, a cumprir quarentena para atravessar algumas fronteiras.

Com isso, a “ginástica” para criar um roteiro para chegar a Boston passou a ser o principal requisito para nossos inscritos que ainda sonham em correr a prova. A maioria deles optou por quarentena no México ou algum outro país da América Latina para poder entrar nos Estados Unidos sem problemas.

A paulistana Nanci Vilano de Salvo reside em Blumenau e em Florianópolis, SC, e aproveitou o filho que mora em São Paulo para montar sua logística de viagem rumo aos Estados Unidos.

“Ao realizar a inscrição, minha intenção era participar da maratona com ou sem quarentena. E me planejei adequadamente para que  fosse desta maneira. Farei a quarentena em Cancún”, conta Nanci, que viaja na terça, 21/09, de Guarulhos, SP, para o destino inicial da sua viagem rumo a Boston. 

No caribe mexicano, a ideia é ficar em 3 resorts diferentes e talvez até e incluir no roteiro uma passagem por Playa del Carmen, que fica a 70 km de Cancún. E, como a planilha não pode parar, as hospedagens foram escolhidas a dedo. “Selecionei tudo levando em consideração a opção de possuir academia, pois não deixarei de seguir a planilha do coach Marcos Paulo durante este período”, explica a corredora, que vai para sua terceira vez em Boston. A primeira em 2017 e a segunda em 2018. “Na primeira tive uma amidalite uma semana antes da prova e precisei mudar a estratégia da corrida. Mesmo assim fiz uma ótima prova. Na segunda vez, foi o ano que choveu torrencialmente. Terminei, mas não foi nada fácil. Treinei exclusivamente para Boston.  Vou descansar, continuar treinando e estar preparadíssima para a prova.”

Antes de embarcar com destino aos EUA, dois dias antes (06/10) Nanci fará o teste de Covid, exigido para entrar no país. “Poderá demorar até 24 horas para estar disponível. E, caso tenha algum erro, ainda terei tempo para refazer o exame.”

O casal Anamélia e João Dami viaja para o México nesta segunda, dia 20/09, para completar pela terceira vez a prova. “Reservamos um apartamento em Playa Del Carmen e ficaremos lá até 06/10. O teste de Covid dando negativo, embarcaremos para Boston no mesmo dia. Em Boston vamos ficar em hotel, aproveitar a cidade e seus parques lindos. E entrar na vibe surreal da maratona”, conta Anamélia, que aproveitou a viagem para planejar mais uma maratona nos Estados Unidos.  “Dia 12/10 vamos para Nova York, onde no sábado 16/10 correremos a NYCRUNS Prospect Park, no Brooklyn.”

Anamélia e João Dami



A corredora Tatiana Lima Valério, de Curitiba, PR, completará sua quarta Maratona de Boston este ano, além da virtual em 2020. Ela optou por fazer a quarentena na Cidade do México, para onde embarcou no domingo, 19/09, saindo de São Paulo, aproveitando uma viagem a trabalho à capital paulista. “No dia 08/10 vou para Boston, contabilizando os 14 dias completos exigidos de quarentena, mais 4 dias extras de segurança para não gerar questionamentos”, conta Tatiana, que não vai incluir nenhuma prova durante a quarentena.

Tatiana Lima Valério



A última maratona presencial da paranaense foi em 2019, exatamente em Boston, que com certeza tem um lugar especial no seu coração. “Quero completar 10 consecutivas lá.”

Quem está prestes a completar sua 10ª maratona só em Boston é o mineiro Paulo Lima, de Uberlândia. Com 277 maratonas completadas em 41 países e 5 continentes, a pandemia adiou o sonho das 300 e Nilson vai aproveitar a viagem para dar uma esticada a mais e aumentar o número de maratonas no já recheado currículo. Serão oito programadas em menos de 40 dias.

Ele também viaja nesta segunda, dia 20/09, para Guadalajara, no México, onde cumpre a quarentena, e já tem a primeira maratona programada para o próximo fim de semana. Fará no dia 26/09 a Maratona de León. No dia 06/10, viaja para Boston e, no final de semana seguinte, 09/10, corre a Maratona de Hartford, em Connecticut. Dois dias depois, na segunda, 11/10, faz sua 10º Maratona de Boston.

“É uma prova repleta de história: a mais antiga do mundo. A exigência do qualify faz dela o ‘selo de qualidade’ do maratonista. O envolvimento da população é impressionante. Foi lá pela primeira vez que uma mulher correu os 42 km, disfarçada de homem”, lembra Nilson apenas alguns alguns detalhes que fazem de Boston tão especial. “Tenho um amigo brasileiro, Paulo Fernandes, que mora lá há 17 anos e há 5 anos tenta ser sorteado para trabalhar como voluntário. Este ano ele conseguiu e estará no km 18, servindo água.”

Depois de Boston, Nilson ainda tem pela frente as Maratonas do Brooklyn, NY (16/10), Atlantic City, NJ (17/10), Cleveland, OH (24/10), Marine Corps, Washington, D.C (31/10), antes de terminar seu roteiro em grande estilo, na celebração dos 50 anos da Maratona de Nova York (07/11).

Nilson



Também da cidade de Uberlândia, MG, a corredora Neiva Temporim Ribeiro não teve dias fáceis no último ano. “Resolvemos aqui em casa me dar esse presente.  Além da pandemia, um câncer de mama entrou no caminho. Mas já estou recuperada e treinando dentro das novas limitações impostas pelo tratamento. Mas o mais importante: estou viva e cheia de vontade de correr”, comemora Neiva, que carimbou o passaporte para Boston com o qualify obtido em 2019 na Maratona de Chicago.

Neiva Temporim Ribeiro



Sua viagem rumo ao sonho de Boston começa também nesta segunda, 20/09, quando segue para o México para fazer a quarentena em Playa del Carmen. Como parte de preparação para a maratona, além dos treinos, fará uma meia maratona virtual pelas ruas de Playa (Corrida da Ame). A viagem para Boston está marcada para o dia 06/10. 
“Após Boston, vou descer para a Flórida para visitar amigas e depois subo para Nova York para correr a maratona no dia 07/11.”


Se a maioria já está com seus roteiros de viagem praticamente organizados e planejados, o mesmo não podemos dizer do gaúcho Jacques Fernandes, que mora em Sintra, Portugal, e está vivendo um “drama” à parte para conseguir confirmar sua presença pela 8ª vez seguida em Boston, desde 2013, além da virtual em 2020.

Não bastasse a questão da necessidade de quarentena, ele ainda precisa resolver a renovação do visto para entrar nos Estados Unidos. “Minha programação está bem doida ainda. Estou planejando ir para o México na terça (21/09) e ficar lá tentando resolver isso. Tenho acompanhado no mundo todo os consulados e o único lugar que eventualmente abre uma vaga é lá. Já aconteceu por duas vezes de eu olhar e ter uma vaga no dia seguinte para Tijuana ou Laredo”, conta Jacques, que tem uma ligação muito forte com Boston e por isso o esforço de querer estar lá. “Muitas coisas importantes marcaram outras edições que corri da prova, como o ano do atentado, a morte do meu pai, corrida com amigos, o bonde do sub 3h. Cada ano teve seu momento e sua história. É uma maratona que corro leve e os quilômetros passam voando. Sinto como se o público me carregasse. Ou quem sabe mesmo meu pai correndo comigo!”

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Fernanda Paradizo
Repórter e Fotógrafa Oficial



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Dicas de 1 a 10: para correr e curtir a cidade

Vai viajar para correr uma prova internacional e acredita que seu tempo é curto para curtir tudo o que a cidade oferece? Veja aqui 10 dicas para aproveitar ao máximo sua viagem e conseguir curtir a cidade sem comprometer sua corrida.

1. Tente fazer um planejamento antecipado de tudo o que você quer fazer na cidade para não perder tempo, principalmente se fez aqueles pacotes curtos, em que você ficará apenas 5 dias ou menos no local. Procure fazer um roteiro diário, já colocando também tudo o que está relacionado à prova, como visita à Expo, retirada de kit, corrida no dia anterior, jantar de massas etc. Isso vai ajudá-lo a minimizar seu tempo e vai conseguir fazer as coisas com mais rapidez.

2. Para ajudá-lo na montagem do roteiro, compre um bom guia de viagens ou, com a ajuda do Google, pesquise na internet coisas do tipo “O que fazer em Nova York” ou “10 dicas para curtir Los Angeles” para saber quais atrações imperdíveis. Vai a Miami e não vai dar pelo menos uma caminhada pela famosa Lincoln Road? Faça no mínimo o básico que a cidade pede.

3. Se conseguir planejar direitinho as coisas básicas e imperdíveis, vai conseguir incluir no seu roteiro aquela atração bem especial, como assistir a uma peça na Broadway, um show imperdível em Las Vegas ou mesmo um jogo de basquete da NBA. Para isso, compre antecipadamente o ticket já no Brasil para não perder tempo com filas e evitar que os ingressos estejam esgotados.

4. Use a internet e os guias para saber tudo da cidade, mas não deixe de consultar um amigo que conheça bem o local ou que já tenha corrido a mesma prova para obter algumas dicas. Nada melhor do que quem conhece bem o local para brindá-lo com informações valiosas, que podem fazer grande diferença para planejar seus dias na cidade.

5. Na hora de montar seu roteiro, vale a seguinte dica: coloque atrações menos cansativas – aquelas que não necessitam de longas caminhadas ou ficar por muito tempo em pé – e que fiquem mais próximas do seu hotel para antes da prova. Parques, museus, atrações como mirantes, por exemplo, que são atividades que precisa andar muito, é melhor deixar para depois da corrida.

6. No caso de compras, procure também fazer antes da prova tudo o que estiver perto do hotel ou seja possível pegar táxi/uber ou metrô sem se cansar muito. Outlets demandam muito tempo e energia. É melhor deixar sempre para depois. Só tenha o cuidado de administrar bem o dinheiro para sobrar verba para comprar onde realmente vale à pena.

7. Para minimizar o tempo, veja o que consegue comprar pela internet daqui do Brasil, principalmente aqueles itens mais difíceis de encontrar ou que as lojas sejam muito específicas e não ficam próximas de onde você ficará hospedado. Antes de fazer qualquer compra, informe-se com seu hotel se é possível receber compras feitas pela internet e se o hotel cobra por isso. Além de ser prático, você encontra preços bem mais acessíveis. Assim sobra mais tempo para você curtir a cidade. Compras da Amazon nos EUA podem ser entregues em postos específicos (em geral, lojas de conveniência próximas a seu hotel ou mesmo postos da própria Amazon).

8. Para facilitar sua locomoção na cidade, assim que chegar pegue um mapa no hotel e peça dicas para entender a localização de delis (mercadinhos), cafés, restaurantes e estação de metrô mais próximas, bem como o local ideal para dar aquela corridinha. Vale baixar antecipadamente um aplicativo no seu smartphone com mapa da cidade e também das linhas do metrô ou ônibus para conseguir se orientar mais facilmente.

9. Dependendo do lugar, vale à pena alugar um carro para se locomover pela cidade ou mesmo para locais mais afastados. Faça a reserva aqui do Brasil para que os valores saiam mais em conta.

10. Não fique desconectado do mundo. Informe-se antecipadamente com sua operadora sobre os valores do uso de dados ou telefone no exterior. Isso facilitará muito sua viagem e ainda lhe dará a oportunidade de se comunicar com os amigos via redes sociais ou WhatsApp e postar fotos dos passeios e de tudo que é relacionado à corrida. Informe-se antecipadamente sobre adquirir um chip local com planos de dados. Hoje em dia, o wi-fi é gratuito na maioria dos hotéis.

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Fernanda Paradizo
Repórter e Fotógrafa Oficial
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5 motivos para ter um técnico de corrida

por Fernanda Paradizo

Correr é um esporte cativante e fácil de praticar. Um short, uma camiseta e um bom par de tênis são os itens de que você precisa para sair por aí correndo. Mas, se quiser algo um pouco mais sério e almeja benefícios da prática que vão além de apenas se manter ativo e em forma, ter o auxílio de um técnico será imprescindível para melhorar sua corrida.

1. Planejamento: Com um técnico programando todo o seu treinamento, será bem fácil fazer um planejamento de toda a sua temporada e focar melhor nos objetivos a longo, a médio e a curto prazo. Com isso, você vai conseguir ver seus resultados com muito mais clareza e ainda ter uma noção exata de quando é a hora de chegar ao ápice da sua forma física e quando é o momento de descansar e retomar as energias para o próximo objetivo. 

2. Planilha de treino: Se você tem um treinador, com certeza terá uma planilha de treino mensal para seguir. E como isso pode fazer diferença no seu treino? Simples. Com uma noção exata de todos os treinos que terá pela frente e o tempo ou a quilometragem que terá que despender para correr a cada dia de treino, você vai conseguir administrar muito melhor seus horários e entrar rapidamente numa rotina.  Além disso, sua planilha será personalizada e feita sob medida para seus objetivos e conforme seu nível técnico.

3. Comprometimento: Quando você se compromete a levar um treinamento a sério e ainda está pagando por isso, será bem mais “fácil” levar isso adiante e não ficar arrumando sempre as mesmas desculpas para deixar sua corrida para o dia seguinte. Afinal, você não apenas está gastando dinheiro com isso, mas também está criando uma relação de comprometimento com seu treinador, que fará grande diferença.

4. Feedback:  Ter o feedback de um profissional especializado é sempre um aliado a mais para manter sua motivação em alta. Fez seu treino do dia e se sentiu bem? Ótimo. É só tocar em frente. Mas e quando surge aquela canseira inexplicável, alguma lesão ou mesmo quando compromissos profissionais ou familiares da semana não deixam você cumprir toda a planilha? É seu treinador que fará os ajustes necessários para que consiga passar por cima desses contratempos.

5. Companheiros de corrida: Muitos treinadores de corrida hoje comandam uma assessoria esportiva e realizam treinos em grupo, com data e horários marcados. Isso acaba sendo uma ótima oportunidade não só para fazer amigos e trocar experiências de corrida mas principalmente para tirar proveito dos treinos em grupo, que acaba sendo um grande estímulo para dar conta daquele treino mais difícil, como tiros ou ritmos, e daqueles longões de fim de semana.

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Fernanda Paradizo
Repórter e Fotógrafa Oficial

 

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10 dicas para correr as virtuais

Por Fernanda Paradizo

Já que a nova pedida são as provas virtuais, juntamos aqui algumas dicas para ajudá-lo a programar sua prova e não cometer erros que, depois de tanto esforço, podem custar caro, como falta do seu nome no resultado geral ou até ficar sem a medalha.


1. Dê uma boa lida nas regras da corrida antes de se inscrever. Se seu plano é fazer a prova na esteira, certifique-se antes com os organizadores se aceitam esse tipo de comprovação para que o resultado seja validado.

2. Lembre-se: em provas virtuais, você depende apenas do seu GPS. Se vai usar um relógio no dia da corrida ou um aplicativo de celular, tenha a certeza de que seu aparelho está funcionando devidamente e não terá problemas no meio da corrida. Carregue a bateria no máximo e tenha a certeza que ele aguente tempo a mais daquele que você está programando fazer a prova. Se usar um celular, deixe um carregador extra com seu staff para não ser surpreendido.


3. Obtenha todas as informações possíveis no site do evento. Para provas em parceria com o Strava, como Maratona de Nova York, por exemplo, você precisa ter uma conta no Strava (pode ser gratuita), juntar-se ao evento e ainda vincular seu GPS ao Strava para que os resultados da sua corrida sejam validados automaticamente

quando fizer o download da sua corrida. Atente também para que sua atividade esteja configurada como “corrida” ou “prova” e não como “treino”.


4. Programe seu percurso com antecedência. Procure trajetos planos, sem interferências, como semáforos ou calçadas, para que você consiga correr num ritmo sem muita variação. Uma boa dica é mapear um percurso perto da sua casa ou de um familiar, em que você possa dar voltas e ter esse lugar como um ponto de apoio para o caso de precisar ir ao banheiro, trocar um tênis etc.

5. Trate a corrida virtual como se fosse uma corrida presencial. Faça tudo o que costuma fazer numa prova de verdade. Não coma nada que não esteja acostumado na véspera, descanse o máximo que puder, deixe separado tudo o que vai utilizar no dia D. Use roupas e tênis já testados. Não invente nada de novo. Siga sua rotina matinal.

6. Procure envolver o máximo de pessoas possíveis ao redor do seu desafio. Convide amigos para ajudá-lo no apoio, acompanhá-lo em uma distância segura de carro ou mesmo de bike. Chame amigos para correr trechos com você. Imprima seu número de peito, linha de largada e chegada e tudo o que o site oficial disponibilizar. Envolva seus seguidores nas redes sociais anunciando seu desafio.


7. Monte sua estratégia de abastecimento. Se estiver sozinho, provavelmente precisará levar um bolsa de hidratação com você. No caso de ter um ponto de apoio ou mesmo um carro ou uma bike que o siga durante o percurso, programe-se para deixar água, isotônico e tudo o que vai precisar no jeito. Oriente as pessoas que vão ajudá-lo como será sua estratégia.


8. Se tiver a intenção de fazer paradas para hidratação ou qualquer outra coisa, não pause seu GPS de forma nenhuma. Deixe o tempo correr. A maioria dos organizadores não permitem arquivos com pausas para aferição do resultado. O mesmo vale para paradas em semáforos ou em locais que precisa esperar para atravessar. Não pare o cronômetro.

9. Fique de olho na temperatura. A maioria das provas virtuais dão um período de tempo para cumprir a distância. Se esse é o seu caso, confira a previsão e tente se programar para fazer no melhor dia, mas esteja até preparado para alguma flexibilidade (plano B), antecipando ou postergando sua prova, caso haja uma reviravolta no tempo. Para provas que devem ser realizadas num dia específico, tente pelo menos escolher o melhor horário, evitando horários com muito vento, chuva, calor ou umidade.

10. Segurança em primeiro lugar. Como você não terá o apoio de postos médico e de profissionais experientes caso haja alguma emergência, certifique-se que as pessoas o local em que está correndo, principalmente se a área não for muito povoada. Escreva seu nome e telefone atrás do seu número de peito e também em algum lugar visível (como braço, por exemplo), além de informações como tipo sanguíneo e outros dados. Se sua corrida for solitária, carregue com você o celular. Corra sempre no sentido contrário dos carros e não use fones de ouvido

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Fernanda Paradizo
Repórter e Fotógrafa Oficial
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Rumo a desafios cada vez maiores

Nelson Vasconcelos tem 59 anos e é corredor das antigas. São 40 anos dedicados à modalidade, entre idas e vindas. Com 12 maratonas na bagagem, o corredor, que nasceu em Santarém, PA, e mora em Nova Friburgo, RJ, estreou nos 42 km em 2014, no Rio de Janeiro, mesmo ano em que correu sua primeira Major, em Nova York. Cinco anos depois, completou as seis maratonas do circuito em Boston, em 2019. Casado e pai de dois filhos, Nelson conta aqui sua trajetória até chegar às Majors, o desafio de se tornar um Ironman e o sonho de terminar uma Comrades, que foi adiado por conta da pandemia.

MAJORS BRASIL: Fazia algum esporte antes da corrida?

Como a grande a maioria das crianças brasileiras, a minha vida esportiva começou com o futebol, mas o judô foi fundamental na minha formação enquanto indivíduo, porque este esporte é calcado em três princípios: condicionamento físico, espiritual e moral. Pratiquei o judô e o futebol de salão na infância e adolescência; continuei com o judô, futebol de campo e futebol society (fut7) na fase adulta.

MAJORS BRASIL: E quando começou a correr? 

A corrida como um propósito surgiu aos 18 anos. Já na universidade, tive a opção de servir numa escola de formação de Oficiais da Reserva do Exército. Após o curso, já como oficial R2 do EB, fiz a opção de fazer o estágio de instrução na brigada paraquedista, mas precisava passar por vários testes físicos, um deles era correr 10 km com farda de instrução e coturno (botas) no tempo máximo de 1 hora. Foi aí que tudo começou. Descobri na corrida um prazer e um desafio para superar meus limites.

MAJORS BRASIL: Qual foi a sua motivação inicial? 

A prática desportiva sempre esteve presente na minha vida. Primeiro com o futebol, depois com o judô. Como participava de competições intercolegiais, conheci outros esportes, o que despertou o meu interesse em praticá-los. 

MAJORS BRASIL: Seu pai sempre praticou esportes, certo? Qual a influência dele para que você tivesse essa vivência desde cedo no esporte e posteriormente começasse a correr?

Meu pai foi militar e praticou diversas modalidades esportivas (voleibol, corrida e futebol).  Ele sempre me incentivou à prática desportiva. Cheguei até a praticar capoeira por breve tempo na mesma academia que praticava judô. Ele gostava tanto de futebol que fundou uma equipe de futebol amador em Brasília, onde vivi minha infância e parte da adolescência.

MAJORS BRASIL:  Fale sobre sua primeira corrida? O que lembra dela?

A primeira corrida com medalha que eu faço questão de contar foi uma prova de 800 metros. Participei de uma competição na Escola de Educação Física do Exército e obtive o terceiro melhor tempo naquela oportunidade.

Em se tratando de corrida de rua, a primeira foi uma prova de 10 km na Fila Night Run 2ª Etapa, na Barra da Tijuca, no Rio. Esta prova foi interessante, porque, além de ser noturna, metade dela foi corrida no asfalto e os outros 5 km  na areia. Corri com meu filho mais novo e sobrinho e a família toda foi prestigiar. Nesse evento eu despertei para as corridas de rua. De lá pra cá, foram 12 maratonas, 24 meias maratonas, diversas provas de 5 km, 10 km e 12 km, três São Silvestres, aém dos 18 km da Pampulha, das 10 Milhas Bombom Garoto, do Desafio do Dunga. Além disso, completei  maratonas aquáticas do Circuito Rei Rainha do Mar, que passei a fazer como preparativo para as provas de Ironman, pois a natação é a modalidade que preciso treinar mais.

MAJORS BRASIL: Quando se interessou por maratona?

A maratona passou a ser uma meta a ser alcançada após a primeira corrida 21 km, a Meia Internacional do Rio em 2013. Ao término dessa prova, um colega de trabalho virou para mim e disparou: “Partiu maratona em 2014?” Eu sou muito pilhado. Aquela pergunta ficou na minha mente durante toda a semana, mas curti os meus primeiros 21 km por algum tempo. Entretanto, um ingrediente extra me fez definir que correria uma maratona em 2014. Em novembro de 2013, eu estava na casa de uma sobrinha assistindo a um jornal e vi a reportagem sobre a Maratona de Nova York que se realizaria no dia seguinte. Ao ver imagens de edições anteriores na chamada da reportagem, comentei: “Eu sonho um dia correr esta maratona”. Uma sobrinha me zoa com a seguinte frase: “Tio, você quer ir vai, mas vê se não racha a cara da família de vergonha. É pra terminar a prova!” Esse era o combustível que faltava para eu procurar uma equipe de profissionais para realizar esse sonho. O tal amigo do “partiu maratona 2014?” nunca correu uma maratona, mas ele foi importante nesse processo. Em novembro de 2013, eu estava na casa de uma sobrinha assistindo a um jornal e vi a reportagem sobre a maratona de Nova York que se realizaria no dia seguinte. Ao ver imagens de edições anteriores na chamada da reportagem, eu comentei: “Eu sonho um dia correr esta maratona”. Uma sobrinha me zoa com a seguinte frase: “Tio, você quer ir vai, mas vê se não racha a cara a família de vergonha. É pra terminar a prova!”. Era o combustível que faltava para eu procurar uma equipe de profissionais para realizar esse sonho. O tal amigo do “partiu maratona 2014?” nunca correu uma maratona, mas ele foi importante nesse processo.


MAJORS BRASIL:  Quando estreou na distância dos 42 km, quais eram seus medos e receios antes de encarar a distância?

Fiz minha primeira maratona no Brasil em 2014: a Maratona do Rio de Janeiro. Objetivo: saber se conseguiria terminar uma prova de 42 km. Esse era o meu receio, talvez por conta da zoação da sobrinha (rsrs). Em março deste mesmo ano passei a fazer um trabalho de musculação específico. Deu tudo certo. Fiz a prova em 3:53:09. Completei! Agora sim, tinha a certeza que seria possível. Mantive o foco, mas a baixa imunidade pós-maratona me derrubou. Adoeci e tive que diminuir os treinamentos, mas não a vontade de correr em Nova York. Claro que a essa altura dos acontecimentos eu já tinha participado do sorteio para a inscrição na Maratona de Nova York. Não obtendo sucesso, contatei a Kamel Turismo para me ajudar a realizar esse sonho.



MAJORS BRASIL: E como foi sua primeira Major? 


Ainda não sabia o que era uma Major.  Estava determinado a largar nesta prova, que tem quatro ondas de largada, mas todas com o mesmo ritual: hino nacional americano cantado à capela, tiro de canhão e começo ao som de “New York, New York”. Sensação indescritível! A atmosfera é de uma grande festa. Acordei às 4h da manhã, muito frio (3 graus com sensação térmica de 0 no local da largada), e segui para a Biblioteca Pública, onde estão estacionados os ônibus que levam os corredores para Staten Island. A cidade se prepara e, ao longo da blue line, que marca o percurso pelos cinco distritos, os nova-iorquinos aplaudem, gritam o nome do nosso país estampado no número, estendem a mão para um high five. Até aí o choro era de emoção. Afinal, estava realizando um sonho. Mas a prova é muito dura! Um vento cortante e um grande desafio: cruzar as cinco pontes com subidas. E, quando se chega na altura do km 36, o choro agora era de dor. A luta contra o frio intenso e contra as cãibras se mostravam um desafio a mais. O “grande urso” apareceu! E tive que carregá-lo naquela interminável subida. Neste ponto tive a exata noção do quanto é difícil essa prova, mas jamais pensei em desistir. E vieram outras várias subidas nos últimos 5 km, inclusive quando se entra no Central Park. Cruzei a linha de chegada completamente exausto…e mais uma vez vieram as lágrimas… uma emoção incontida! Feliz e realizado, olhei à minha volta, e não encontrei rostos conhecidos para dividir tamanha alegria. Mas pouco importa… completei a Maratona de Nova York. Ainda não sabia que, de fato, aquela era a minha primeira Major.

Maratona de Nova York – Nov. 2014

 


MAJORS BRASIL: Quando de fato começou a perseguir o sonho das 6 Majors? 

A Maratona de Nova York foi minha primeira prova fora do Brasil. Tudo era muito novo para mim. A ideia era correr uma maratona e seguir com outros desafios. Não havia pensado em fazer outras maratonas, mas, conversando com outros corredores após a prova, fiquei sabendo que havia um circuito das maratonas consideradas as maiores do mundo. Foi neste momento que despertei para o mundo das Majors. Nem na Expo me dei conta da existência da tal “mandala” que se ganha após completar a última das seis provas. Pensei: “Não sou de deixar coisas pela metade, incompletas…” Então comecei a ler sobre as Marathon Majors, calendário dessas provas e seus desafios.

 


MAJORS BRASIL:  Você terminou a sequência das seis em Boston 2019. Como foi a emoção de conquistar a mandala numa prova tão lendária?

A sequência da realização das Majors veio de forma aleatória. Isto porque, como são eventos esportivos muito procurados, costumo dizer que são as provas que nos escolhem (rsrs). Já deveria ter corrido Boston em 2017, pois fiz um bom tempo em Chicago, mas por outros motivos acabei não concorrendo no qualify para tentar a vaga naquela ocasião. Correr a Maratona de Boston está para o corredor assim como jogar no Maracanã está para o jogador de futebol. É um sonho, privilégio de poucos. Sim, porque somente cerca de 30.000 corredores podem participar e porque é uma das maiores e mais tradicionais corridas do mundo. Destaco, além do momento em que recebi a mandala, tornando-me um six star finisher, o instante num momento difícil da corrida em que recebi um abraço de uma voluntária. Foi de arrepiar! Restabeleci minhas energias e consegui chegar até a finish line, apesar das fortes dores na lombar.


MAJORS BRASIL:   Como você descreveria hoje cada uma das Majors? Qual gosta mais e qual gosta menos? Se tivesse que escolher uma para repetir??

A Maratona Nova York é a rainha das Majors. Para mim é a mais glamorosa; e que chegada é aquela no Central Park no coração de Manhattan? Bem no meio de uma das cidades mais urbanas e movimentadas do mundo. Todas as Majors têm um atrativo especial. No caso de Chicago, a cidade em si é o ponto alto do evento. O percurso apresenta uma peculiaridade: muita sombra na primeira metade da prova e vento constante na Cidade dos Ventos. Não penso em voltar a Chicago para correr uma maratona. Correr em Tóquio foi inesquecível. Muita organização e rigidez nos locais de acesso. Japoneses muito carinhosos com os corredores durante a prova. Berlim já corri duas vezes. O percurso totalmente plano te convida a tentar superar o próprio recorde. É a que mais me atrai por essa perspectiva. Boston é a cereja do bolo. Tem uma estrutura fantástica, famílias à beira do trajeto te oferecem bebida e comida. Ao longo do percurso das oito cidades (Hopkinton, Ashland, Framingham, Natick, Wellesley, Newton e Brookline e Boston), os moradores incentivam os corredores e gritam o seu nome ou do seu país quando identificam a bandeira na sua camisa.

 

MAJORS BRASIL:  Depois das Six Majors, como ficaram seus objetivos de corrida? Tinha alguma maratona planejada para 2020 ou algum sonho de corrida que teve que ser adiado por conta da pandemia? O que espera para 2021?


No universo da corrida almejava correr em 2020 a minha primeira ultramaratona. Para mim não bastava correr qualquer ultramaratona. Meu sonho era correr Comrades em 2020. Para isso investi em equipamento para correr em casa de forma a não sobrecarregar as articulações nos longões preparatórios para essa prova. A ideia era mesclar treinos em pista, asfalto e indoor. Foi frustrante não realizar esse sonho em 2020. É que as oportunidades se vão e outros eventos passam a ser prioritários. Em 2021 também não vai acontecer, quem sabe em 2022?  Estou inscrito em uma prova de Ironman para o segundo semestre de 2021. É torcer para que ela se realize. Minha dedicação atualmente é só para fazer essa prova.

Londres 2018


MAJORS BRASIL:  O que a corrida significa para você e quais os benefícios que trouxe para sua vida? Como é um dia seu de treino e como concilia com as outras coisas da vida, como trabalho, família, lazer?


Penso que a corrida é mais que uma simples atividade esportiva. Diversas valências físicas são afloradas através desse esporte, como a resistência, a força, o equilíbrio, a agilidade etc. Mas eu entendo que os aspectos mais importantes para o praticante deste esporte estão ligados às alterações fisiológicas e psicológicas que nosso corpo experimenta durante e até após a corrida. É muito comum o aumento da sensação de bem-estar nas pessoas que praticam corrida e sentem falta quando não correm. Existem estudos que indicam a corrida como tratamento para a ansiedade. Isso acontece comigo. A corrida é algo prazeroso e me sinto bem disposto para enfrentar um dia de trabalho após uma corrida.  Treino todos os dias. Acordo às 5h30, porque às 7h já tenho sessão de mobilidade articular (segundas), musculação para pernas (terças) e musculação para braços (quintas). Natação às segunda, quartas e sextas, 2 horas de mountain bike às terças e quintas. Treino de corrida (intervalados, educativos, regenerativos) às segundas e quartas. Aos sábados, 2h30 de bike de triathlon e aos domingos meus longões de corrida. Em suma, são duas atividades ligadas ao esporte por dia, quase sempre na parte da manhã. Há uma pausa de 3 horas para o banho, almoço e um breve descanso, pois às 14h começa a minha jornada de trabalho, que vai até às 20h30, em regra. Família e lazer são prioridades, então, sempre que há programas em família, deixo de seguir o cronograma daquele dia.


MAJORS BRASIL:  Quais conselhos daria para quem quer perseguir o sonho das Majors? 


Primeiramente diria que é um sonho perfeitamente possível. Tem uma frase do Lauro Trevisan que levo comigo desde que comecei a correr: “Vá firme na direção das suas metas. Porque o pensamento cria, o desejo atrai e a fé realiza”. Aconselharia ler bastante sobre as provas, suas logísticas, as mais concorridas e começaria pelas mais distantes, de modo que desistir não seja uma opção.

Berlim 2015

 

MAJORS BRASIL:  Você virou Ironman em 2018. Como o triathlon entrou na sua vida?


O triathlon apareceu para mim a partir da necessidade de nadar para melhorar minha capacidade cardiopulmonar. A natação auxilia na recuperação muscular e contribui para o ganho de resistência aeróbica. É uma forte aliada do corredor, mas eu não tive base de natação na infância e adolescência o que tornou essa modalidade um desafio para mim. A convite de um amigo corredor e nadador, fui a uma aula no Posto 6, em Copacabana, às 6h. A experiência não foi nada boa. Tive pânico, mas não desisti. Procurei me acalmar e após 45 minutos de aula com pouco aproveitamento devido a hiperventilação e ao cansaço físico e emocional, saí da água e decidi que ali seria o ponto de partida para a realização de novos sonhos. Comecei a fazer provas de travessia aquática (beach biathlon, 2,5 km, 3 km ) e daí para o triathlon foi um passo. Entre corredores conheci alguns que já haviam participado de provas de Ironman e acabei me interessando e lendo tudo sobre provas de endurance com três modalidades esportivas. Fiz uma prova de aquathlon (corrida + natação + corrida) e estreei no triathlon fazendo uma prova de X-Terra ( 1000 m de natação + 25 km de mountain bike + 5 km de corrida). Até já completei 3 provas de Ironman 70.3 ( 1900 m de natação + 90 km de ciclismo + 21 km de corrida) e 1 prova de Ironman 140.6 ( 3.800 m de natação + 180 km ciclismo + 42 km de corrida).

Fernanda Paradizo
Repórter e Fotógrafa Oficial
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Amor à primeira maratona

Nascido em Vitória da Conquista, na Bahia, RAFAEL PORTO SILVA tem 35 anos e é Administrador de Empresas e Representante Comercial. Casado com Ana Paula e pai de Davi, o maratonista conta aqui sua trajetória em busca das Majors e sua paixão à primeira vista pela distância da maratona.

“Comecei a correr em 2010 e, durante estes 11 anos, tive a felicidade de fazer 18 maratonas, entre elas 6 Majors na seguinte sequência: Chicago 2014, Nova York 2015, Boston 2016, Berlim 2016, Tóquio 2018 e Londres 2019. Antes de começar a correr, praticava mountain bike, esporte que não gosto de praticar só por conta dos riscos de assalto, acidentes e imprevistos. Como na minha cidade o inverno é rigoroso, nesta época não encontrava parceiros para pedalar. O jeito foi mudar para um esporte ‘individual’, a corrida de rua. Chegou a ser um programa familiar, já que minha irmã e meu pai também começaram a correr.

Minha primeira corrida oficial foi a convite do cliente e amigo Márcio Cardoso, de Jequié, que realizava anualmente a Corrida e Caminhada Solidária do Supermercado Cardoso. Foi paixão à primeira prova. Fiz 10 km, mas fiquei com a sensação que podia mais. Parti para os 21 km e continuei com a mesma sensação.

Estava com viagem marcada para Belo Horizonte para visitar a família de minha esposa e, olhando se teria alguma prova neste período, descubro a 1ª Maratona de Linha Verde. Não tive muito tempo para treinar, mas encarei. Meu maior receio era depois dos 35 km, maior quilometragem que tinha corrida até então. Impressionante! Depois deste ponto, meu corpo doeu demais, mas valeu à pena cruzar aquela linha de chegada (04:03:14). Virei maratonista. Ao invés de aumentar a distância como ocorreu em outras corridas, passei a querer baixar meu tempo nos 42 km.

Depois disso veio Buenos Aires, Santiago, São Paulo, Porto Alegre, Rio de Janeiro (corri com meu pai de ponta a ponta) e aí veio minha primeira Major, a Maratona de Chicago em 2014, meu presente do Dias da Criança. A atmosfera de uma Major é especial – cidade, expo, kit e tudo mais – e pensei ‘vou completar a mandala’.

Na Maratona do Rio, terminando com o pai

Um grande incentivador foi o amigo querido Miguel Dantas, que me contava suas histórias, conquistas e façanhas. Foi também um motivador. Depois veio Paris, Nova York, Boston e Berlim. Esta última foi especial. Fiz meu primeiro Sub 3h (02:59:07) e veio aquela sensação: ‘Será que vou completar as Six Majors?’ Sabia que acesso a Tóquio e Londres eram complexos.

Em seguida, veio Barcelona, Rio de Janeiro e Tóquio. Esta acho que gastei minha sorte. Lembro como se fosse ontem. Acordo às 6h da manhã do dia 25 de setembro de 2017, numa segunda-feira, abro meu e-mail pelo celular e lá está a tão sonhada e desejada mensagem que fui selecionado pra correr na Terra do Sol Nascente. Que alegria. No período de preparação, recebo a notícia que vou ser pai, alegria maior ainda. Médico libera a esposa para fazer esta viagem tão cansativa e com muita garra consigo realizar meu segundo Sub 3h (02:59:11) para homenagear Davi, que estava a caminho.”

Na sequência fiz Porto Alegre e depois a maior loucura que fiz na minha vida como corredor, a doação integral para a Maratona de Londres 2019. Mas valeu demais. Primeiro em saber para onde foi este recurso e enfim por realizar o sonho de conquistar a mandala, sonho que tive a oportunidade de realizar junto com minha esposa em todas as Majors e a última com Davi me esperando na linha e chegada. Melhor, impossível.

Ainda em 2019, fiz Florianópolis (cruzei a linha de chegada com Davi no colo) e em 2020 tive a felicidade de fazer a Maratona de Miami e de quebra baixar meu tempo, com 2:57:46. Na véspera fiz a Tropical 5k com minha mãe.  E logo veio a pandemia.

Recorde pessoal na Maratona de Miami 2020 e Tropical 5k na véspera com a mãe

Detalhe, já fiz a ‘Maratona de São Silvestre’ também (risos).

Continuo fazendo meus treinos. Gosto de ir bem cedo. Nesse momento organizo as ideias, converso com Deus e ainda ganho endorfina para começar o dia a todo vapor. Tenho realizado algumas provas virtuais (máximo 21 km), acreditando que logo tudo isso passará.

A corrida para mim é um espelho da vida. Precisa de planejamento, treinamento, organização, execução e resultado. Temos que saber lidar com altos e baixos. E trouxe qualidade de vida e bem-estar. E ainda conheci muita gente boa (galera do Baldão, DS Trainer, HF Treinamentos Esportivos e tantos outros).

Chegada com o filho na Maratona de Floripa. E os amigos da corrida

Fernanda Paradizo
Repórter e Fotógrafa Oficial

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Haverá maratonas neste outono. Mas como elas serão?

A pandemia de coronavírus eliminou a maioria das corridas de rua nesta primavera. Os organizadores de maratonas esperam que seus eventos possam retornar neste outono com novos protocolos e precauções.

A maratona da cidade de Nova York geralmente contém 55.000 corredores. As autoridades recentemente analisaram aproximadamente 30.000 competidores, entre outras possibilidades.

É uma tradição tanto quanto a Maratona de Nova York e a distância de 42 quilômetros. O estrondo singular de um canhão – e o início do tema de “New York, New York” de Frank Sinatra – enviando milhares de corredores pela linha de largada e pela ponte Verrazzano-Narrows.

Mas essa inundação de humanidade pode parecer um pouco diferente este ano.

Provavelmente haverá milhares de corredores a menos e pode levar muito mais tempo para eles começarem sua jornada. Se houver multidões ao longo das vias, é provável que sejam menores do que o normal, pois os organizadores fazem tudo o que podem para evitar que sua corrida se torne um evento de superespalhamento do coronavírus.

“A maratona vai acontecer? Com certeza”, disse Ted Metellus, o diretor de corrida da Maratona de Nova York, planejado para 7 de novembro. “É como ela vai ser que está em questão.”

Embora Metellus estivesse falando sobre a corrida de Nova York, ele poderia estar descrevendo qualquer uma das três principais maratonas nos Estados Unidos que duram quatro semanas neste outono, em vez de se espalharem por sete meses.

Com a pandemia eliminando os principais eventos de corrida na maior parte de 2020 e na primeira metade deste ano, os organizadores da corrida passaram os últimos meses trabalhando com especialistas em saúde e funcionários do governo para planejar seu retorno. O processo envolve tentar prever como será o mundo em sete meses, porque maratonas não podem ser planejadas (ou treinadas) com algumas semanas de antecedência.

Não é uma tarefa fácil, e os organizadores dizem que não importa os planos que anunciem nas próximas semanas e meses, tudo está sujeito a mudanças.

“Deus sabe o que pode acontecer entre agora e a corrida”, disse Tom Grilk, presidente-executivo da Boston Athletic Association, que conduz a Maratona de Boston, programada para 11 de outubro. “O que aprendemos é que a característica principal dessa pandemia é a incerteza”.

Embora todas as corridas de rua estejam envoltas em incertezas agora, os planos para as maratonas de Nova York, Boston e Chicago, marcada para 10 de outubro, têm um significado especial porque fazem parte da série World Marathon Majors. Essas corridas – junto com as três principais maratonas em Londres, Berlim e Tóquio – oferecem a maior parte dos prêmios em dinheiro, atraem os melhores maratonistas e servem como eventos da lista de desejos para corredores de todos os níveis.

O excesso de corridas neste outono – as de Boston, Londres e Tóquio geralmente acontecem em março e abril – deixou os corredores confusos. Os corredores de elite, que geralmente fazem uma corrida na primavera e outra no outono, devem decidir qual corrida principal correr. A Maratona de Londres está prevista para o dia 3 de outubro. A de Tóquio está marcada para 17 de outubro. A de Berlim está planejada para 26 de setembro.

Os corredores habituais estão avaliando qual corrida lhes dará a melhor chance de inscrição. Na terça-feira, a Maratona de Los Angeles bagunçou ainda mais a programação, anunciando que realizaria sua prova, que normalmente ocorre em fevereiro, no dia 7 de novembro, mesmo dia da corrida de Nova York.

Em um ano típico, os eventos de Boston, Chicago e Nova York atraem um total combinado de mais de 130.000 corredores, gerando dezenas de milhões de dólares para suas organizadoras e cobrindo amplamente os orçamentos para tudo o mais que essas organizações fazem. É improvável que isso aconteça este ano, com as autoridades em Boston e Nova York deixando claro que planejam reduzir significativamente a quantidade de seus competidores.

Carey Pinkowski, presidente-executivo da Maratona de Chicago, não perdeu as esperanças de que sua corrida possa produzir os quase 46.000 finalistas que produziu em 2019, mas disse que este “ano de transição” provavelmente produzirá um evento alterado.

“Acho que ninguém espera que seja no mesmo nível grandioso”, disse Pinkowski. “Vai parecer diferente? Certamente. Vai ser diferente? Certamente.”

Embora os detalhes variem de cidade para cidade, os funcionários estão todos trabalhando a partir de um manual semelhante. Eles estão tentando descobrir algum tipo de regime de testes para participantes e voluntários. Além disso, eles estão lidando com uma série de transformações que levam em consideração o tamanho das vias, o espaço entre os corredores e a logística na linha de largada para manter os corredores afastados com segurança pelo maior tempo possível.

Para competir, os corredores provavelmente serão obrigados a testar negativo para o coronavírus nos dias que antecedem as corridas, embora os organizadores ainda devam determinar quando os testes serão realizados, quem pagaria por eles e as consequências para alguém com resultado positivo.

Quanto ao andamento das corridas, é provável que seja uma experiência muito mais solitária, pelo menos nos primeiros quilômetros, e têm pouca semelhança com a massa humana usual que embarca em uma delegação compartilhada.

Em Nova York, que normalmente planeja uma competição de 55.000 corredores que começam em Staten Island e correm em todos os cinco distritos da cidade, as autoridades debateram recentemente a possibilidade de uma competição com cerca de 30.000 corredores. Mas mesmo um corte de competidores quase pela metade, exigiria fechamentos de ruas mais longos para permitir mais espaçamento entre os participantes.

No passado, demorava cerca de seis minutos para liberar 5.000 corredores. De acordo com um plano que foi discutido, segundo pessoas com conhecimento em planejamento, cerca de uma dúzia de corredores iniciariam a cada quatro segundos, o que significaria levar cerca de 30 minutos para colocar 5.000 corredores na linha de largada se o processo fosse executado com eficiência ideal.

Metellus disse que a New York Road Runners, organização dona da maratona, e as autoridades municipais ainda estavam a semanas de definir um plano, e havia propostas para uma corrida de 45.000 corredores e menos de 25.000 corredores.

As complicações vão além da aglomeração no início de uma grande corrida. Para chegar às remotas linhas de largada em Nova York e Boston, dezenas de milhares de corredores devem embarcar em ônibus e balsas lotadas.

Também há aglomeração na chegada, com corredores exaustos tropeçando, tentando se hidratar, recolher seus pertences e se reunir com familiares, e ao longo do próprio percurso, onde os espectadores ficam horas a fio.

“Podemos produzir a maratona”, disse Metellus. “É tudo uma questão de o que o estado, a cidade e as agências federais permitirão que façamos.” Ele disse que as autoridades ainda não decidiram se exigirão a vacinação.

Mitch Schwartz, porta-voz do prefeito de Nova York Bill de Blasio, disse que as autoridades estão comprometidas com o planejamento de uma corrida segura. “Construir uma recuperação para todos nós significa nos reconectar com eventos icônicos como a maratona, e faremos tudo o que pudermos para continuar essa tradição”, disse ele.

Ao contrário de Nova York e Boston, os organizadores de Chicago em janeiro abriram as inscrições para a corrida, mas ainda não enviaram notificações de aceitação ou anunciaram a quantidade de competidores.

A Maratona de Chicago tem algumas vantagens integradas: A maioria das pessoas pode caminhar ou pegar o transporte público até a área da largada, que fica em um amplo parque no meio da cidade. E as ruas de Chicago são largas, comparadas, digamos, com a Main Street em Hopkinton, Massachusetts, onde começa a Maratona de Boston.

Pinkowski disse que a quantidade de competidores da Maratona de Chicago pode não ser finalizada até o início do verão. Com o aumento das vacinações e a diminuição das taxas de infecção, é possível que quanto mais os funcionários esperarem para tomar uma decisão, maiores e mais normais serão os eventos.

Recentemente, Pinkowski conversou com seu chefe de operações sobre como mudar os contornos do percurso para tornar o que já é um percurso rápido ainda mais rápido. Ele percebeu enquanto falava que era a primeira vez em um tempo que não estava discutindo a logística relacionada à Covid-19.

“Isso foi bom”, disse ele.

Fernanda Paradizo
Repórter e Fotógrafa Oficial

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O dia começa depois que a corrida termina

A Major santista CAMILA SPINELLI morava em São Paulo, capital, até se mudar para Orlando, onde vive há 17 anos e trabalha como corretora de imóveis. Casada e mãe de três filhos, dois meninos e uma menina – com idades entre 15 e 19 anos –, ela viu na corrida a modalidade ideal para praticar uma atividade física com filhos ainda pequenos. “O melhor esporte que encontrei foi ‘empurrar carrinho’ correndo”, conta a maratonista, que tem 48 anos, corre há 16 anos, acumula vários pódios por categoria na Disney e um total de 19 maratonas no currículo, sendo seis delas só em Boston.

MAJORS BRAZIL: Como começou a correr e qual seu passado esportivo antes de a corrida entrar na sua vida?

Sempre gostei de esportes. Fiz dança e equitação (competições). Com filhos pequenos, o melhor esporte que encontrei foi empurrar carrinho correndo (rsrs). Minha primeira corrida foi em São Paulo. Lembro que falei que nunca mais ia fazer essa loucura. Comecei participando de todos os tipos de corridas de rua, como Traço&Field, São Silvestre e outras. Aumentar a distância para a maratona foi um processo de sempre estar me desafiando e procurando desafios para objetivos maiores.

MAJORS BRAZIL: Como foi sua primeira maratona e quais eram seus medos e receios antes de encarar os 42 km? 


Lembro que fui programar uma viagem de família para a California e descobri uma maratona pequena em Santa Monica (2013). Decidi fazer. Em toda maratona o nervoso e o frio na barriga faz parte do pacote. Fui sem expectativas e terminei em 3:55. Fiquei feliz da vida.


MAJORS BRAZIL: Sua primeira Major foi de cara Boston em 2015, onde já acumula 6 participações. Como essa Major tão especial entrou na sua vida?

Foi muito engraçado. Eu já estava morando em Orlando e todo ano fazia as corridas e a Maratona da Disney. Conversando com uma amiga que sabe tudo sobre corrida, ela me perguntou meu tempo na maratona e disse que eu me qualificava para a Maratona de Boston. Sem noção do que era qualificar, fui pesquisar e me inscrevi na Maratona de Boston, minha primeira Major.

MAJORS BRAZIL: Quando começou a perseguir a trajetória em busca das seis Majors?

Um amigo me mandou um link das seis Majors brincando e dizendo que esse era um bom desafio para mim. Também não sabia que existia. Fui pesquisar e comecei a sonhar. A sequência foi acontecendo conforme o calendário familiar (Boston 2015, Chicago 2016, Nova York 2017, Londres 2018, Berlim 2018 e Tóquio 2019).

MAJORS BRAZIL: Como você se define como corredora? Gosta de performance, gosta de correr sozinha, com amigos? Precisa de algum objetivo para treinar?

Corredora feliz! A corrida faz  parte do meu dia. Gosto de performance, de desafio, de objetivos. Corro muito sozinha nos meus horários, mas gosto e corro com amigos também.

MAJORS BRAZIL: Depois das Majors, como ficaram seus objetivos de corrida? Tinha alguma maratona planejada para 2020 ou algum sonho de corrida que teve que ser adiado por conta da pandemia?

Acabei minhas Majors e infelizmente veio o corona. Tinha a Maratona de Boston 2020, que fiz virtual. 

MAJORS BRAZIL: Qual foi se maior desafio na corrida?

Correr Boston e Londres em 2018 (com diferença de uma semana) e acabar as duas maratonas em 3:31.


MAJORS BRAZIL:O que a corrida significa para você? Quais os benefícios que trouxe para sua vida? Como é um dia seu de treino e como concilia com as outras coisas da vida, como trabalho, família, lazer?

Corrida faz parte do meu estilo de vida. O dia começa depois que a corrida termina. Corrida só trouxe e traz coisas boas, como saúde, conhecimentos, amigos, aprendizados, alegrias. Concilio correndo antes ou, se preciso, depois dos compromissos. Mas prefiro correr de manhã. Sem desculpas.


MAJORS BRAZIL: Como são seus treinos em Orlando? Tem algum grupo? Onde treina, como é sua participação em provas? 

Ja deixo a roupa da corrida separada. Acordo, tomo café e vou correr… ou corro por perto da minha casa ou na esteira da academia. No momento, não estou  seguindo planilhas e nem participando de provas. Estou saindo de uma lesão (faz parte), esperando a vida voltar ao normal e torcendo para as maratonas voltarem logo.

Fernanda Paradizo
Repórter e Fotógrafa Oficial

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Tudo em torno da corrida

A médica e empresária SINTHYA JÁCOME corre há 10 anos e tem 7 maratonas no currículo. A estreia nos 42 km aconteceu em 2014, em Berlim, como uma forma de celebrar os 42 anos. “Achei que faria só uma”, conta Sinthya, que, a partir de então começou a trilhar seu caminho em busca da Six Metal, completando Chicago em 2016, Londres e Nova York em 2017 e Tóquio e Boston em 2019. A corredora, que é de Belo Horizonte, MG, e mãe de 2 filhos, conta aqui como começou a correr, como surgiu seu interesse pelas Majors e como faz para conciliar os treinos de corrida com trabalho e família.

MAJORS BRAZIL: Fazia algum esporte antes da corrida? Qual seu passado esportivo? Não tive um passado esportivo brilhante. Na verdade, até os 28 anos, quando tive uma trombose venosa profunda, não fazia nada. Aí comecei a fazer academia, musculação mesmo, mas correr, achava difícil e sofrido. Só 10 anos mais tarde, comecei a correr.

MAJORS BRAZIL: Como e quando começou a correr? Comecei a correr nem sei por quê. Acho que para finalizar os treinos de academia. Mas era difícil. Um dia vi uma provinha de 6 km e resolvi me inscrever. Quase morri! Era cheia de subidas, no Belvedere, em BH.

MAJORS BRAZIL:Quando se interessou por maratona e quais eram seus medos e receios antes de encarar a distância?  Achei que faria só uma. Quando fiz 42 anos, pensei: “Vou fazer 42 km aos 42!” Foi em 2014, em Berlim. Acho que não tive medo. Treino na HF Treinamento Esportivo e eles fazem um trabalho de base muito bom para maratonas. Derrubei muito grandalhão em Berlim. Não tinha pretensão de tempo, só de chegar. Na primeira você fica meio perdida com o seu limite. Cheguei bem, feliz, realizada e inteira.

MAJORS BRAZIL:Quando de fato começou a perseguir o sonho das Majors? Como estabeleceu a sequência delas? No escritório da minha assessoria de corrida tinha uma foto das Majors numa porta. Eu ficava olhando e pensando que, se pudesse, correria todas e seria uma Major. A sequência? Como assim? kkkk Vai na ordem que dá, que você consegue com sorteios, doações, vagas da Kamel, de qualquer jeito.

MAJORS BRAZIL: Como você se define como corredora? Gosta de performance, gosta de correr sozinha, com amigos? Precisa de algum objetivo para treinar? Gosto de correr com amigos, mas treino de ritmo faço sozinha. Tento melhorar meu pace para conseguir meu Sub 4h na próxima maratona. Esse é o objetivo atual. Sempre tenho um, senão não dá.

MAJORS BRAZIL: Quem é seu ídolo no esporte? E na corrida? Meus ídolos são bem próximos. São meus treinadores: Heleno Fortes, Volnei Prado, Everton das Dores. Eu me espelho na força e na raça deles.

MAJORS BRAZIL: Como você descreveria hoje cada uma das Majors? Qual gosta mais e qual gosta menos? Se tivesse que escolher uma para repetir, qual seria? Berlim: estreia. Nova York: diversão. Londres: glamour. Chicago: Superação. Tóquio: sofrimento. Boston: Quero mais.. A que mais gostei foi Nova York. A que menos gostei foi Tóquio (estava um frio de matar). Eu repetiria Boston, que corri 40 dias depois de Tóquio, com o dedinho do pé quebrado, fiz um tempo péssimo. Foi só para pegar a medalha. Queria voltar e correr num pace melhor.

MAJORS BRAZIL:Depois das Six Majors, como ficaram seus objetivos de corrida? Tinha alguma maratona planejada para 2020 ou algum sonho de corrida que teve que ser adiado por conta da pandemia? Para 2020, não tinha, mas em 2021 vou para Frankfurt, se tudo der certo.

MAJORS BRAZIL:O que a corrida significa para você? Quais os benefícios que trouxe para sua vida? Como é um dia do seu de treino e como concilia com as outras coisas da vida, como trabalho, família e lazer? A corrida hoje ocupa uma boa parte da minha vida. Parece que vai tomando conta. Seus amigos começam a ser os amigos da corrida. Você sai com eles, viaja com eles e, quando vê, tudo gira em torno da corrida. A família e o trabalho vão se encaixando aí. Treino à noite durante a semana e pela manhã aos finais de semana.

MAJORS BRAZIL:Quais conselhos daria para quem quer perseguir o sonho das Majors?  Foco! Não desviar dessas provas, porque é um sonho que precisa de dedicação, sai caro e leva tempo. Vale à pena! O orgulho é para sempre.

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Fernanda Paradizo
Repórter e Fotógrafa Oficial
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Global Marathon 2021: AbbottWMM lança maratona virtual

A AbbottWMM anunciou esta semana uma novidade que vai ajudá-lo a manter a motivação em alta nesta fase de pandemia. É a Abbott World Marathon Majors Global Marathon, uma maratona virtual que vai reunir corredores do mundo inteiro  e ainda dar a possibilidade para que participantes com 40 anos ou mais disputem uma vaga para o Age Group World Championships de 2022 (2ª edição do Campeonato Mundial de faixa etária*), com data e sede ainda indefinidas. Serão 100 vagas.

Os inscritos terão 2 dias (48 horas) para cumprir a distância da maratona, de 0h00 do dia 1º de maio de 2021 a 23h59 do dia 2 de maio de 2021 (horário GMT = + 3h no horário de Brasília). As inscrições vão até 19 de março. Aqueles que desejam participar podem optar por 2 tipos de inscrições:

Inscrição Premium
Valor:  US$ 50


– medalha de finisher
– boné de finisher
– bib number especial enviado pelo correio
– participação no ranking da Abbott
– Digital badge
– Os melhores do ranking com 40 anos ou mais podem receber um convite  para o Age Group World Championships de 2022

Inscrição Standard
Valor: US$ 15
– participação no ranking da Abbott
– bib number por e-mail para imprimir
– Digital badge
– Os melhores do ranking com 40 anos ou mais podem receber um convite  para o Age Group World Championships de 2022
Link para Inscrição (linkar para https://app.abbottwmmglobalrunclub.com/en/challenges/details/21-01-awmm-global-marathon-2021 )

Condições para participar
Corredores que desejam participar precisam abrir uma conta no site da AbbottWMM, se inscrever na corrida (Standard ou Premium) e seguir as seguintes condições para ter a atividade validada:
– Correr ou caminhar um total de 26,2 milhas (42.195 metros) entre 0h00 do dia 1º de maio de 2021 e 23h59 do dia 2 de maio de 2021 ((horário GMT = + 3h no horário de Brasília).
– A distância da maratona deve ser completada em apenas uma corrida ou caminhada, de forma contínua e ao ar livre (não serão aceitas atividades em esteira nem pausas no GPS durante a atividade). 
– O dispositivo utilizado deverá estar sincronizado com a conta Global Run Club antes de completar a distância.
– A atividade deverá ser carregada no perfil até 23h59 de segunda-feira, 3 de maio de 2021 (horário GMT = + 3h no horário de Brasília).
– Percursos em descida constante não serão validados.
– Para percursos em circuito, as voltas devem ter mais de 0,5 milha (800 metros).

Condições para disputar uma vaga para o Mundial
Além das condições acima, para ser elegível para o Age Group World Championships de 2022, que distribuirá 100 vagas para os melhores na faixa etária, os corredores precisam cumprir os seguintes requisitos:
– Ter 40 anos ou mais no dia da corrida (1º de maio).
– A faixa etária considerada para o ranking será a do dia da corrida (1º de maio), diferentemente da classificação de provas presencias**, que é baseada na idade no dia 31 de dezembro de 2021. 
– Os corredores devem completar a maratona usando um dispositivo que mostre o tempo de corrida e o perfil no dispositivo deverá estar definido como “público”.
– Os participantes devem ter um perfil Abbott World Marathon Majors (linkar para  https://www.worldmarathonmajors.com) para ser elegível para um convite de Campeonato Mundial.
– Os corredores com melhor desempenho nas faixas etárias poderão ser contatados para que forneçam provas adicionais do desempenho, como o arquivo GPX ou uma prova de performance numa maratona presencial com padrão semelhante realizada a partir de 1º de janeiro de 2019.
– Os vencedores serão notificados diretamente pelos organizadores.
– Aqueles que receberem o convite de qualificação terão que arcar com o custo da inscrição e também com qualquer outro custo da viagem.
________________________________________
Notas:
* A 1ª edição do Age Group World Championships, que estava marcada para abril de 2020, junto com a Maratona de Londres, acontecerá no dia 3 de outubro, na celebração dos 40 anos da prova.
** O calendário das maratonas presenciais que pontuam para o Ranking do Mundial de 2022 tem duração de um ano e começou a contar a partir de 1º de janeiro de 2021. Clique aqui (linkar para https://url.gratis/kbaRM) para conferir a listagem das maratonas válidas para pontuação.

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