Maratona de Toquio 2024

Maratona de Toquio 2024

3 de março foi um dia especial para os maratonistas inscritos na edição da Maratona de Toquio 2024, mais de 35 mil pessoas concluíram a prova e 347 brasileiros estiveram representando nosso pais.

As prévias dão conta que batemos o recorde de maratonistas recebendo a mandala major e em breve teremos esses atletas já na nossa galeria major.

Duas situações marcam essa edição como especial para o Brasil.

Aline Rocha – paratleta brasileira, recebe sua mandala major, se tornando a primeira atleta cadeirante do Brasil a receber a BIG MEDAL da World Majors Marathon.

Outra situação espetacular foi protagonizada pelo gaúcho Valdomiro Siegieniuk que se torna o mais experiente brasileiro a receber a mandala, com 84 anos e 5 anos depois de vencer um câncer.

O resultado da elite está abaixo com os tempos oficiais.

Tokyo Marathon 2024: resultado masculino

Benson Kipruto (KEN) 2:04:02
Timothy Kiplagat (KEN) 2:02:55
Vincent Kipkemoi Ngetich (KEN) 2:04:18
Hailemaryam Kiros (ETH) 2:05:43
Tsegaye Getachew (ETH) 2:06:25
Bethwel Kibet (KEN) 2:06:26
Haimro Alame (ISR) 2:06:27
Simon Kariuki (KEN) 2:06:29
Yusuke Nishiyama (JPN) 2:06:31
Eliud Kipchoge (KEN) 2:06:50

Tokyo Marathon 2024: resultado feminino

Sutume Asefa Kebede (ETH) 2:15:37
Rosemary Wanjiru (KEN) 2:16:14
Amane BEriso Shankule (ETH) 2:16:58
Sifan Hassan (NED) 2:18:05
Betsy Saina (USA) 2:19:37
Niiya Hitomi (JPN) 2:21:50
Meseret Abebayahau (ETH) 2:23:08
Khishigsakihan Galbadrakh (MGL) 2:26:32
Tigist Abayechew (ETH) 2:28:53
Ayumi Morita (JPN) 2:31:38

Texto: VERA ABRUZZINI
Fotos: James Moxley

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WANDA AGE GROUP em Chicago 2023

WANDA AGE GROUP em Chicago 2023

Depois de dois anos seguidos disputado em Londres, em 2021 e 2022, a Maratona de Chicago, que acontece no dia 8 de outubro, será pela primeira vez palco do Abbott World Marathon Wanda Age Group Championships, campeonato mundial master, competição para corredores com 40 anos ou mais. Serão cerca de 2700 participantes de todo o mundo, que se classificaram nas principais maratonas internacionais do calendário.

O Brasil estará representado em Chicago por muitos corredores, incluindo 22 Majors. Conversamos aqui com quatro deles, para saber sobre suas expectativas para essa competição, que não é uma maratona como outra qualquer, mas sim um evento moldado para reunir num só lugar os melhores corredores do mundo nas suas faixas etárias.

O gaúcho Jacques Jochims Fernandes, de 51 anos, vai para sua segunda participação no Mundial da Wanda. Mas acredita que poderia ter sido a terceira se não fosse a pandemia. “As coisas ficaram bem difíceis de estar na primeira edição, em 2021, principalmente para efetuar os pontos necessários, pois muitas provas foram canceladas, e por aqui na Europa, onde vivo, o controle de restrição de acesso às ruas foi bem duro, o que impossibilitava de treinar.”

Chicago, além de não ser novidade para Jacques, que vai para a quinta participação na Windy City, tem um significado importante na sua história de corredor, porque foi lá, em 2005, onde estreou nos 42 km. “Foi onde tudo começou. Como um principiante nato, sofri após o km 30 onde ainda naquela época o tal do ‘muro’ se apresentava. Hoje as coisas evoluíram e dizem que ele está mais para a frente, no km 35. Com a satisfação daquele feito, que só quem já fez a maratona sabe do que estou falando, e até hoje não sei explicar direito, mesmo sofrendo, passada uma semana, me inscrevi para o ano seguinte, de 2006”, lembra ele, que depois repetiu a dose em 2015 e 2017.

Apesar de tantas participações, a deste ano tem um sabor especial, por ser a final Age Group Championships. “Nesse caminho desde 2005 já foram 50 maratonas, e Chicago teoricamente não estava nos planos para este ano, pois já estava programado um meio IronMan (70.3) para realizar em Cascais duas semanas após Chicago, mas como fui contemplado com a classificação para o Mundial, não poderia perder.”

A vaga para a prova foi obtida ainda no sistema antigo, onde durante o período de um ano, o corredor pontuava com as suas duas melhores maratonas para um somatório de pontos na sua faixa etária. “Hoje, o sistema não é mais assim, sendo agora através de um determinado tempo de classificação. Uma vez feito o tempo, já está classificado”, explica Jacques, que tem boas recordações da edição do ano passado, disputada em Londres. “Foi uma das experiências mais bacanas que vivi na corrida, mais precisamente na largada. Temos um reconhecimento por estarmos na final do mundial e assim temos um setor separado de espera na largada. Banheiros e guarda-volumes exclusivos. A maior surpresa foi na hora da largada, quando fomos levados para junto da largada da elite. Logo atrás. Estávamos ali na hora que chamam um por um os atletas e eles entram no curral e começam a dar aqueles trotes antes do tiro de largada.”

O corredor lembra que foram apenas 8 segundos de diferença do tempo bruto para o líquido. “Fomos até chamados a atenção para não fazermos graça e tentar acelerar para correr na frente dos Top elite.”

No mais, a prova é igual para todos os corredores, a não ser a medalha extra recebida ao final e o bib number específico do campeonato, além de uma mochila.

Sobre o que pretende fazer em termos de performance em Chicago, Jacques diz que fará o que for possível para o dia. “Adoro performance, mas já aprendi que a maratona é uma distância a ser respeitada.”

Outro brasileiro que representará o Brasil em Chicago é brasiliense Fabrícius Clemens Madruga, 47 anos. Será sua 21ª maratona no currículo e a 11ª Major. Seu melhor tempo é de 2:54:20, obtido em Berlim 2019, prova que, junto com a Londres 2019 (2:56:46), ajudou a se qualificar por pontos para o Wanda Age Group.

“Essa classificação aconteceu para o 1º Wanda Age Group, que ocorreria em Londres 2020 e foi adiado para 2021, mas por conta da pandemia e restrições de entrada em alguns países eles deram a opção dos atletas jogarem a inscrição para o 3º ano, tendo em vista que para o 2º já estava fechado”, explica Fabrícius, que acredita que terá uma experiência diferente de qualquer outra maratona.

“O fato de ter um kit diferente, uma medalha especial, uma tenda e acesso exclusivo na largada e na chegada, tudo isso é muito bacana, mas a sensação de ter conquistado essa vaga tão restrita é o que faz ser mais especial. É mais ou menos quando se conquista o índice para a maratona de Boston.”

Sem preparação específica para a prova, ele demorou para decidir se iria ou não. “Decidi apenas um mês e meio antes da prova e apenas por ser o evento da Wanda Age Group. Por conta disso, não tenho nenhum grande objetivo, apenas terminar mesmo.”

Radicado em Key

Key Biscayne, na Flórida, há 17 anos, o paulista Marcos Tilkian, de 49 anos, também é experiente em maratona e vai para sua 23a maratona e 13a Major. Ele recebeu a mandala das seis Majors em Tóquio 2023 e junto com sonhada medalha veio também o convite para participar do Mundial.

“Foi uma surpresa total. Não estou nem perto do tempo para qualificar”, conta Marcos, que tem 3:11:22 como seu melhor tempo de maratona, feito em Berlim 2022.

“Quando eu corri Toquio 23, eu já estava registrado para Chicago.

É um evento diferente de uma maratona normal, porque é um mundial. Se seguir os outros eventos, tem algumas coisas diferentes, como número na frente e nas costas, medalha específica, além da medalha de Chicago, festa no final e outras coisas”, destaca Marcos, que acredita que talvez tenha recebido o convite por já estar inscrito.

“Imagino que este ano, o nível dos corredores será mais alto que nos anos anteriores. Minha preparação foi curta e com um volume de corrida mais baixo que as outras. Mas me sinto bem e sem nenhum desconforto ou lesão, o que é raro!

A ideia é garantir Boston 2025”, já que Boston 2024 já está garantida.”

Também de Brasília, a corredora Íris Maria de Oliveira Formiga, de 44 anos, tem 33 maratonas na bagagem e terminou as Six Majors no ano passado em Londres, onde conseguiu seu melhor tempo nos 42 km, com 3:28. A vaga para o Wanda Age Group veio com os resultados de Londres e Big Sur, na Califórnia, e com surpresa.

“Eu nem sabia o que era o Wanda. Mais uma vez fui salva pelos conhecimentos da Verinha (rs), que sabe absolutamente tudo sobre o mundo das maratonas”, lembra a corredora, que também já tinha sua inscrição garantida para Chicago, por índice.

“Imagino que deva ser muito especial. Eu gostaria que fosse um evento mais de celebração do que competitivo. Quero poder curtir sem me cobrar desempenho. Até porque acabei de correr Berlim e ainda estou cansada”, alerta Íris, que iniciou um planejamento direcionado para Berlim e Chicago, duas provas com intervalo muito curto entre elas. “Algumas lesões e imprevistos familiares dificultaram muito as últimas semanas de treino. Meu objetivo agora passou a ser completar a prova e curtir cada pedaço do percurso e a festa!”

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As seis provas – Tóquio, Boston, Londres, Berlim, Chicago e Nova York – possuem programas com diversas entidades

Quando estamos envolvidos nas maratonas Majors, sempre temos a opção de correr pela caridade.

As seis provas – Tóquio, Boston, Londres, Berlim, Chicago e Nova York – possuem programas com diversas entidades.

Muitos brasileiros acabam entrando em contato com esses programas, porque procuram uma vaga para correr uma das seis e se deparam com essa situação.

Infelizmente, nosso país não tem a cultura de “charity runner” e o que temos por aqui são corridas solidárias que arrecadam fundos para diversas entidades. Nesse caso, todos os corredores “correm” pela mesma causa.

Correr pela caridade numa maratona Major significa pagar bem mais por uma inscrição e com isso direcionar todos os seus esforços para juntar dinheiro para uma causa. No entanto, além da camiseta oficial da prova, essas entidades te oferecem uma camiseta extra, brindes e muitas vezes café da manhã pré-prova, lanche pós-prova, mentores durante seu treino e o mais importante: envolvimento com a causa escolhida!

Muitas dessas provas dão aos seus parceiros de caridade a liberdade de aceitarem ou não esses corredores, e essas mesmas entidades também possuem suas próprias plataformas para controlar a arrecadação de cada um desses corredores.

Um site bem interessante para procurar provas que angariam fundos para causas que fazem sentido para você é o https://runforcharity.com/

No caso das maratonas Majors, às vezes, algumas pequenas regras se alteram, principalmente no programa de Charity Runner da Maratona de Tóquio. Mas, de uma forma geral, os programas das outras provas estão bem estabelecidos e rodando de forma correta há anos.

Fique ligado nesse perfil. Sempre que possível, vamos auxiliar os corredores a se inscrever por caridade.

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Estrangeiros inscritos na Maratona de Tóquio 2023 podem alterar a inscrição para 2024

A próxima edição da Maratona de Tóquio está marcada para o dia 5 de março. A prova volta a ter participação estrangeira após 4 anos. 

Apesar da confirmação, existe ainda uma grande preocupação com o avanço do COVID-19 no Japão e os organizadores informam que estão tomando as medidas necessárias e todos os cuidados para que a prova ocorre sem problemas.  

Para entrar no Japão

O governo japonês exige que todos forneçam um certificado de vacinação COVID-19 válido, com 3 doses da vacina ou um certificado de resultado negativo do teste COVID-19 até 72 horas antes da viagem. 

Alteração da inscrição para 2024
Como há dificuldade de saber como estará a situação da pandemia na época do evento, os organizadores estão oferecendo aos corredores internacionais a opção de adiar a inscrição para a Maratona de Tóquio 2024 (com data provisória para 03/03/2024).

 

Você deverá entrar no seu perfil do site oficial (https://www.marathon.tokyo/en/), em MY ENTRY, entre 8 de dezembro, às 10h (JST) e 12 de dezembro, às 17h (JST), para fazer a opção de alteração (fuso horário Brasília: entre 7 de dezembro, às 22h, e 11 de dezembro, às 5h)

Você receberá um e-mail de confirmação da alteração, que deverá ser guardado, uma vez que agora esta informação não estará disponível no perfil. Aqueles que optarem pela alteração serão notificados por e-mail quando a informação estiver disponível, por volta de junho de 2023. 

Uma vez feita a alteração, você não poderá voltar atrás.


Todas as suas informações cadastradas para o evento de 2023 serão transferidas automaticamente para 2024, não precisando portanto fazer um novo cadastro. 

Corredores de caridade não precisarão fazer doações adicionais.

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A Abbott World Marathon Majors lança programa para ajudar corredores a completar a jornada das Six Majors

Com o objetivo de ajudar os corredores a finalizar a jornada em busca da Six Medal, a Abbott World Marathon Majors lançou esta semana um programa  que vai disponibilizar 2 mil vagas para os membros AbbottWMM.com conseguirem avançar na sua missão de de ingressar no Six Star Finisher Hall of Fame, hoje composto por 8.067 finalistas.

Estas inscricões, todas para 2023, serão disponibilizadas em forma de sorteio e poderão participar do processo todos os corredores que tenham seus perfis no site oficial e que estejam no caminho para completar as Seis Majors.

O processo de seleção inicia com as três Majors realizadas no primeiro semestre de 2023, no dia 9 de novembro.

Para as Maratonas de Tóquio e Boston, serão disponibilizadas vagas somente para aqueles que já têm 5 estrelas. Já para as Maratonas de Londres, Berlim, Chicago e Nova York, corredores com 3, 4 ou 5 estrelas serão elegíveis para o sorteio. Confira abaixo tabela de vagas e os corredores elegíveis para cada uma das seis provas

MAJOR Número de Vagas Corredores elégiveis*
Tóquio 100 5 estrelas
Boston 150 5 estrelas
Londres 500 3, 4 e 5 estrelas
Berlim 500 3, 4 e 5 estrelas
Chicago 250 3, 4 e 5 estrelas
Nova York 500 3, 4 e 5 estrelas

* Os corredores devem ter seus perfis atualizados no site www.Abbottwmm.com


CRONOGRAMA PARA OS SORTEIOS DAS MARATONAS DO 1º SEMESTRE DE 2023

MAJOR NOTIFICAÇÃO POR E-MAIL DEADLINE  INSCRIÇÃO SELEÇÃO DE CORREDORES DATA DA CORRIDA
Tóquio 09/11 16/11 17/11 05/03
Boston 21/11 29/11 30/11 17/04
Londres 05/12 12/12 14/12 23/04

IMPORTANTE:
Aqueles que pretendem completar as seis Majors precisam atualizar seus perfis e reivindicar suas estrelas para serem elegíveis para os sorteios.

Os corredores elegíveis receberão um e-mail na data mencionada acima, convidando-os a fazer parte do processo de seleção para a Major em que ele se qualifica.

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Dicas de Berlim BY FERNANDA PARADIZO

Crédito da Foto : ©SCC EVENTS / Sebastian Wells

A Maratona de Berlim está marcada para o dia 25 de setembro e reunimos 3 dicas especiais para quem está se preparando para correr.

1. A Expo de Berlim, e de qualquer outra Major, é sem dúvida um show à parte. A de Berlim acontece no Airport Tempelhof (Platz der Luftbrücke 5), um aeroporto desativado que possui uma área espaçosa e agradável. Aliás é onde acontecerá este ano também o Breakfast Run, no sábado de manhã, que antes largava no Castelo de Charlottenburg e chegava dentro do Estádio Olímpico. Ainda sobre a Expo, apesar de acontecer em três dias, procure retirar seu kit assim que chegar à cidade, de preferência no primeiro ou no máximo no segundo dia de feira. Europeus e alemães vindos de outras cidades costumam chegar no sábado e fica praticamente intransitável a feira, principalmente a loja oficial, da Adidas, que vende produtos com a logomarca da prova. Aliás, a oferta de produtos oficiais é boa, mas não espere preços convidativos.

2. Berlim é uma prova plana, perfeita para recordes, mas tenha cuidado com o início de prova, que pode se apresentar um pouco congestionado principalmente nos primeiros 10 km, mesmo com a largada por baias e ondas. Os postos de abastecimentos são bem fartos. Há 14 ao longo do percurso, com água, isotônico e frutas. Fique atento porque, até o km 15, há mesas dos dois lados, depois apenas no lado direito.

3. Além de rápido, o percurso de Berlim é bonito e passa por vários pontos turísticos da cidade, como a Coluna da Vitória, o Parlamento Alemão, a antiga sede do Senado de Berlim Oriental, a Kaiser-Wilhelm-Gedächtnis-Kirche e outros marcos importantes da Alemanhã. Como se isso não bastasse, os corredores são coroados antes da linha de chegada com passagem pelo Portão de Brandenburgo, o marco mais famoso da Alemanha. Aliás, quando dobrar a esquerda e avistá-lo, segure o sprint porque após passar por baixo do portão ainda haverá alguns metros até a linha de chegada.

Crédito da Foto : ©SCC EVENTS / Sebastian Wells

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Corredoras e Segurança

De tempos em tempos há um aumento da preocupação com a segurança de mulheres que praticam corrida. O assassinato de Ashling Murphy (*), em janeiro deste ano, provocou a mais recente onda de interesse por esse assunto, além da revolta em relação ao tema. Cerca de metade das mulheres que praticam corrida dizem que já foram assediadas durante a atividade física. A indignação das mulheres em torno desse assunto é bastante significativa. Esse cenário tem que mudar. Mas como?

Recomendações recentes e discutíveis
Historicamente, as recomendações têm focado em como as mulheres podem agir para se protegerem. Entre essas recomendações inclui não correr sozinha, não correr em certas áreas, não se vestir de certa maneira, etc. Não é surpresa que tais recomendações nem sempre sejam bem aceitas. Embora muitas vezes as recomendações sejam bem intencionadas, e, às vezes, até sensatas, é no mínimo injusto, o fato de se esperar que as mulheres estejam, na grande maioria das vezes, mais em risco e sejam mais “cuidadosas” do que os homens.

Ideias ‘novas’
O desejo de abordar a causa raiz do problema vem ganhando força. Se pudermos incentivar o bom comportamento, especialmente dos homens mais jovens (que constituem a grande maioria dos infratores), isso deveria, em teoria, diminuir a taxa de assédio além de outros comportamentos. Se pudermos encontrar um meio de fazer isso, o mundo pode ser um lugar mais seguro para a prática de corrida para todos.

Foram feitas diversas boas sugestões com as quais realmente concordamos. Entre elas estão:

·         Confrontar declarações injustas/ofensivas em situações sociais
Ao argumentar ativamente amigos, colegas, etc. quando comentários misóginos (e similares) são feitos, estabelece/reforça que tal posicionamento é inaceitável.

·         Correr tendo maior consideração pelas mulheres corredoras.
Na verdade, esta é uma lista de sugestões, principalmente para os homens que praticam corrida, sobre como correr de uma forma que não deixe as mulheres nervosas, por exemplo, avisar quando você está prestes a ultrapassá-las, e deixar o máximo de espaço possível ao fazê-lo.
Temos consciência de que isso não reduzirá o perigo ou o assédio. É improvável que a “minoria problemática” torne-se mais gentil. Entretanto, se uma maioria bem intencionada mantiver ou adotar estes hábitos, temos a esperança de que, de alguma forma, isso irá prevenir ou reduzir o mal-estar.

O governo e os órgãos públicos mostram tolerância zero ao assédio
O setor público e as organizações esportivas precisam promover ativamente um comportamento digno e reprimir qualquer forma de assédio. Como disse o Diretor de Desenvolvimento da UKA, Mark Munro: “Devemos permanecer juntos e ter tolerância zero em relação a qualquer comportamento desse tipo, além disso, temos que garantir que qualquer pessoa se sinta confortável e tenha o direito de praticar exercícios em público em segurança”.

Fonte: Runner 247

Tradução: Eagle Translations

(*) Ashling Murphy era uma professora primária irlandesa de 23 anos que na tarde de 12 de janeiro de 2022,  foi atacada e morta enquanto corria ao longo do Grande Canal nos arredores de Tullamore, Condado de Offaly, na Irlanda. O assassinato provocou um novo debate sobre a violência contra as mulheres, e vigílias para Murphy foram realizadas em toda a Irlanda e no mundo. Um homem eslovaco de 31 anos, Jozef Puška, foi preso em 18 de janeiro e acusado de seu assassinato no dia seguinte.

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Vai viajar para os EUA? Então fique atento aos novos protocolos

Nos meses de dezembro e fevereiro, eu, Vera Abruzzini, responsável por este perfil, fiz duas viagens aos Estados Unidos. Com a certeza da abertura da fronteira para os vacinados e não contaminados, fica claro que o retorno da rotina de quem viaja para o exterior para correr já é uma realidade.

Se você pensa em viajar para fazer qualquer prova nos Estados Unidos ainda neste semestre (e teremos a Major Boston em abril), coloco aqui  algumas informações importantes para que sua viagem seja tranquila.

Mesmo que a pandemia tenha números de óbitos e contaminações menores, acreditamos que os cuidados sanitários devem continuar, pelo menos no ano de 2023, como uso de máscaras, distanciamento social e higienização de mãos.

A primeira viagem foi feita pela American Airlines e a segunda pela Latam.

Se você optar pela American Airlines, há um excelente aplicativo chamado Veryfly, em que você controla todos os documentos que precisa apresentar para sua viagem. Lembre-se: quem faz esse controle é a companhia aérea. Em nenhuma das vezes, em todos os aeroportos que estive em território americano, me perguntaram se eu estava vacinada ou tinha o antígeno com negativo para COVID-19.

Vamos aos tópicos do aplicativo Veryfly

  • Crie login e senha e preencha todos os dados: número de voo, origem, destino, número do passaporte, onde ficará hospedado etc. (tire uma foto sua e coloque no perfil).
  • Faça o upload do comprovante do ciclo completo de vacinação.
  • Faça o upload do exame de antígeno ou PCR 24 horas antes da hora do embarque (só o antígeno para entrar nos EUA).
  • Preencha o formulário da Anvisa (vai aparecer um link no aplicativo).
  • O aplicativo vai dando o OK naquilo que já está legal para o embarque. Se tudo correr bem com seus exames, você terá antes do embarque o sinal verde para entrar no avião e seguir a sua aventura.

Lembre-se: quando for fazer o exame de antígeno, se optar por fazer no aeroporto, não esqueça as suas informações pessoais e documentos como estadia, dados da passagem aérea, documentos pessoais. No caso de fazer o exame em Guarulhos, por exemplo, na CR DIAGNÓSTICOS, tudo funciona com leitura de QR Code. Você paga mais, mas já sai com tudo bem encaminhado. O antígeno fica pronto em 1 hora. O PCR demora um pouco mais. Você terá login e senha no site da empresa para fazer o download do documento. Você também terá a disponibilidade da entrega do exame físico, no próprio aeroporto. Todos os exames são em inglês e português. Lembrando que, para território americano, só o exame de antígeno é o suficiente.

Se você optar pela Latam, você terá de ter os documentos no celular e/ou fisicamente. Eles não têm aplicativo.


Minha sugestão é grampear tudo com a documentação que a Latam gera pelo e-mail chamado E-Ticket e entregar na hora do check-in. O aplicativo da Latam Airlines tem o link para o preenchimento do formulário da Anvisa. Não me parece que o pessoal de balcão tenha controle disso. Então, depois de preencher esse formulário, baixe no seu celular ou imprima (são 17 páginas).

Na volta, você terá de apresentar tudo isso mais uma vez, com a novidade que 24 horas antes da data do seu embarque para o Brasil você terá de apresentar um exame de antígeno negativo para COVID-19. E não esqueça, todo o resto também vai acontecer, como formulário da Anvisa e mais uma vez mostrar o seu ciclo de vacinação completo.

Você pode estar se perguntando: “Onde fazer esse exame em território americano?”

Na minha primeira viagem, era o início da Ômicron. Os exames gratuitos não eram fáceis de serem encontrados. Fiz um antígeno em Las Vegas e paguei quase 200 dólares.

Na segunda viagem, estava em Orlando e foi muito mais fácil achar um local do próprio governo com antígeno e PCR gratuitos. O antígeno ficou pronto em menos de 2 horas e o resultado chegou por e-mail.

Outra coisa importante para você saber é que, por conta da pandemia, muitas lojas e restaurantes mudaram seus horários de abertura. Então cheque tudo com antecedência para não ficar na porta esperando aquela loja abrir. Normalmente, as lojas, outlets e shoppings abrem às 10h. Na Flórida, vi muitas abrirem às 11h.

Hotéis mudaram o protocolo. No Hilton, por exemplo, eles perguntam se você quer a camareira todos os dias.


Muitos restaurantes precisam de reserva, porque não estão com a equipe 100% trabalhando. Cheque antes para não se frustrar.

E, para finalizar, as companhias aéreas estão trabalhando com equipe reduzida. Em Orlando, por exemplo, a Latam não tinha nenhum funcionário brasileiro no check-in. Se você não fala inglês e não entende nada de espanhol, tenha paciência.

Cada Estado americano tem uma “lei” para uso de máscaras e isso cria uma certa confusão. Na dúvida, use máscara em locais fechados. Opte pelas N95 e PFF2.

No avião, é obrigatório o uso de máscara todo o tempo, exceto na hora da alimentação ou hidratação. A tripulação fica de olho. Cubra nariz e boca. E lembre-se que você deverá dormir de máscara dentro da aeronave.

Ficou alguma dúvida? Pergunte nos comentários.

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Cuidado! Cães à solta!

Na edição de 2021 da Corrida Internacional de São Silvestre, realizada no dia 31 de dezembro, uma cena chamou atenção nas redes sociais e até gerou muitas brincadeiras e memes por parte dos corredores. O atleta Samuel Nascimento, 9º colocado na prova, foi perseguido e atacado por um cachorro na altura do km 11 da corrida, nas imediações da Praça da República, e por muito pouco não levou uma mordida. Ser atacado por cães – ou outros animais – em treino ou numa corrida não é nenhuma novidade para quem corre na rua ou em trilhas. E o que não falta é corredor para contar história de algum perrengue vivido com algum animal. Aproveitamos que o assunto ficou em alta para ouvir algumas histórias de corredores que já passaram algum apuro com um cachorro à solta.


“Era um sábado normal de fevereiro de 2020, dia de treino longo. Faltavam pouco mais de 2 meses para a Maratona de Boston, confirmadíssima para abril. Tinha acabado de completar 3 anos morando em Curitiba e, durante todo esse tempo, dificilmente mudava o trajeto dos treinos. Neste dia, já tinha completado o trecho de ida e, no retorno, na segunda metade do treino, vi de longe 3 ou 4 cachorros deitados na calçada. Achei normal, mas fui um pouco mais para a pista de carros, porque eu já tenho um certo trauma – quando eu era bem criança e brincava na rua, o cachorro do vizinho se soltou e quase saiu me arrastando. Passei anos até conseguir pegar um elevador com cachorro dentro, por exemplo. Quando me aproximei um pouco mais, um dos cachorros (todos de rua, daqueles vira-latas babando) já avançou, me afrontando e latindo. Em seguida, os outros fizeram o mesmo. Parei de correr no meio da rua e virei de costas para eles, sem me mexer, pensando que eles desistiriam. E nada! Também não passava um carro, zero movimento, era muito cedo! No primeiro passo que dei para andar e atravessar a rua, um deles me mordeu na panturrilha. Eu senti a fisgada, mas pensei: ‘já mordeu, agora vou correr. E corri sem olhar para trás para saber se eles me perseguiam’. Até que um ônibus passou e acredito que tenha afastado eles. Corri mais uns 300 metros até um posto de gasolina, onde consegui lavar minha perna com água e sabão. Esperei o sangue estancar e continuei o treino normalmente, até chegar em casa. Depois foi um longo sábado procurando onde poderia tomar a vacina antirrábica, preenchendo formulários de ocorrência. Depois disso, vida ‘quase’ normal, porque, depois disso, se eu vejo um cachorro de longe, sempre desvio o caminho!”

Tatiana Lima Valério, Curitiba, PR

 

 “Minha aventura se passou no Atacama com um pastor alemão. Saí bem cedo do hotel para um treino de 10 km. Ao final do treino, já retornando pela estrada de terra que dava acesso ao hotel (cerca de 1,5 km da cidade), passei por um muro bem alto e ouvi o latido de cães. Segui correndo ao lado do muro, pela estrada. Dois cães subiram no muro e foram me acompanhando e latindo. Continuei correndo… de repente, um deles (pastor alemão) pulou o muro e veio correndo atrás de mim. Quanto mais eu corria, mais ele se aproximava. No desespero, parei e fiquei frente à frente com ele, que latia cada vez mais, se aproximava e recuava, como que calculando o momento para o ataque. Comecei a gritar com todas as minhas forças com o cachorro para que se afastasse. Eu gritava e ele latiu por aproximadamente intermináveis 2 a 3 minutos. O cão foi reduzindo os latidos, eu comecei a me afastar bem devagar, olhando sempre para ele. Aos poucos fui tomando coragem de dar as costas e seguir caminhando devagar até não o escutar mais. Então, corri como se não houvesse amanhã até alcançar a entrada do hotel, quando me sentei e não tive forças para levantar ou parar de tremer até ser ‘resgatada’ pelo meu marido. Até hoje não posso ver um pastor alemão. Lembranças do Atacama para todo o sempre.”

Georgia Tardin Costa, Vitória, ES


“Vitória da Conquista, BA, dia 25 de maio de 2020. Às 5:30 da manhã iniciei meu treino de corrida. O trajeto era o habitual para treinos com um pouco de aclive. Na maioria das vezes, sempre havia cachorros de rua no final da avenida, mais conhecida como subida da UFBA. A recepção era a de sempre, todos eles me acompanhavam latindo. No entanto, sempre precavido, diminuía a marcha e ficava olhando para trás até que parassem. Então retomava meu ritmo e seguia naturalmente o treino. Isso se tornou rotina e fui me acostumando com a situação, pois comecei a achar que não passaria de simples latidos e que eles não morderiam, mesmo porque era assim com meus amigos também. Só que nesse dia tive a ‘brilhante ideia’ de ignorá-los e manter o meu ritmo, pois já estava me sentindo confiante e achava que não aconteceria nada. Engano meu! Recebi uma mordida sinistra. A dor foi daquelas que dói na alma. A cadela cravou os dentes com muita vontade. A mordida foi perto do tornozelo do pé direito e atingiu o lado interno e externo, sendo que na parte interna foi um corte profundo que acabou inchando toda a região do pé. Moral da história: parei o treino de imediato, tive que caminhar 2 km sentindo dor até chegar ao meu carro. Por sorte encontrei um amigo que estava caminhando e é médico. Ele me passou todas as orientações e a primeira delas foi lavar de imediato com bastante água corrente e sabão. Em seguida, procurar o serviço de saúde especializado. Segui todas as recomendações e tive que ficar no estaleiro por uma semana. Mas, ao retornar, tive que aguentar gozações dos colegas. Disseram que depois disso meu pace melhorou e que seria interessante tomar uma mordida dessa por mês.”

Antônio Cezar Lemos, Vitória da Conquista, BA

 

 “Eu e meu técnico, Batista, estávamos voltando de um treino, cortando caminho para casa, por causa do cansaço. Ouvi latidos altos, mas não me importei porque vi que o cachorro estava preso. Assim que chegamos na frente da casa, o cachorro enfiou o focinho no portão e, com muita habilidade arrastou o portão de alumínio sobre trilho e pulou para fora, em cima da gente. Como o Batista tem cachorro grande em casa, abriu os braços e,  de frente para ele, gritou para que parasse. Eu, muito amedrontada, tentava subir em um carro, mas o suor do corpo só me deixou escorregando, sem sucesso, até à chegada do dono para prender o peralta. Até hoje o Batista ri da minha reação, tremendo e tentando, em vão, subir no carro. Numa outra situação, eu e um grupo de amigos treinávamos nas trilhas de Alcaçuz e tivemos a companhia de um bode, que nos acompanhou, com uma alegria canina, por mais de 3 km. Adoramos a companhia, rimos muito e em momento algum sentimos medo dele. E nos causou até espanto a boa forma do nosso ‘pacer’, que ora ficava ao nosso lado, ora ficava à nossa frente, conduzindo-nos e estimulando-nos a melhorar a velocidade daquele treino.”

Vanusa Barreira, Natal, RN


“O meu perrengue com cachorro foi há alguns anos, quando morava em Brasília. Era um sábado e saí para um treino de 16 km no Parque da Cidade. Na época, tinha o hábito de correr com fone de ouvido, ouvindo música. Estava curtindo a música e o treino, num trecho em descida, quando senti um impacto por trás, nas duas pernas. Saí cambaleando até cair de vez e me ralar inteira. Olhei para trás e vi um casal com uma guia na mão gritando pelo cachorro que estava fora da coleira. Era um cocker spaniel, pesado o suficiente para me jogar no chão e causar um belo estrago. Os donos do cachorro, ao invés de me ajudarem, fugiram do local assim que conseguiram prender o cachorro na guia. Outros corredores pararam para me ajudar e chamaram uma equipe que fazia a segurança do parque. Naquela época, as equipes usavam carros do modelo Ford K, que tinham o apelido de joaninhas. Peguei carona numa joaninha até o portão mais próximo de casa – conseguia andar até a minha casa, mas não tinha condições de continuar o treino. Passado o susto (e a raiva por perder o treino), comecei a achar graça do fato de ter andado de joaninha, mas virei a chata dos cachorros fora da guia. Cães são maravilhosos e tenho certeza de que aquele cachorro não quis me atacar. Mas os tutores precisam ter consciência de que animais são imprevisíveis e que, portanto, cabe aos tutores a responsabilidade de sempre presar pela segurança de quem está ao redor.”

Luana Fleury, Estocolmo, Suécia

 




“Era um sábado, cerca de 5h45 da manhã, horário que costumo treinar em Brasília. Eu morava na época do lado do Parque da Cidade. Naquele dia estava vazio. Eu estava correndo devagar e, de repente, dei de frente com uns 5 ou 6 cachorros. Não deu tempo de fazer muita coisa. Não tive muito tempo para pensar. A única coisa que fiz foi tentar ir para cima deles para tentar intimidá-los, levantando os braços e dando uns gritos. Eles fizeram um círculo, me rodearam e começaram a latir já querendo me morder. Dei um chute em um e outro já me mordeu. Essa brincadeira durou um minuto mais ou menos. Foi um momento de muito pânico. Fiquei bem apavorado. Tomei 3 mordidas, mas na hora só percebi uma delas Continuei tentando intimidá-los, dando chutes e ao mesmo tempo levantando os braços para ver se iam embora. De repente, eles pararam e foram embora. Só percebi as 3 mordidas quando parou. A partir do momento em que vi que estava sangrando muito, parei de correr e fui caminhando para casa, que ficava aproximadamente uns 2 km dali. Cheguei em casa e minha esposa tomou um susto. Lavei a perna e formos para o hospital. Levei pontos em 2 das mordidas, tomei alguns medicamentos, como antibiótico e  anti-inflamatório, e depois fui para um posto de saúde tomar a antirrábica. Depois que voltei para casa, minha esposa ligou para um órgão que recolhe e cuida desses animais de rua. Foram 3 ou 4 dias sem correr. A recomendação era para ficar mais tempo, mas voltei antes. Fiquei uns dias ainda com uma certa fobia de cachorro. Tinha um certo receio de cruzar com algum. Ter vivido essa experiência foi um verdadeiro filme de terror. Mas, por um lado, bom que tenha sido comigo, porque se fosse uma pessoa idosa ou uma criança, poderia ter acontecido algo mais grave. Já me recuperei, mas até hoje tenho as marcas das mordidas.”

 

Flávio Guimarães, Brasília, DF

 

 

 

 

 

 

 

 

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Fernanda Paradizo
Repórter e Fotógrafa Oficial
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O longo caminho até Boston

A 125ª Maratona de Boston será realizada no dia 11 de outubro, com um número menor de participantes devido à pandemia.  Com o limite de 20 mil inscritos e uma janela maior (por conta do cancelamento da edição 2020) para comprovação índice, o tempo de corte para a disputa aumentou para 7:47, deixando muitos de fora. Se os sonhos de alguns foram interrompidos, aqueles que conseguiram, em maio deste ano, confirmar a participação na edição 2021 estavam, sem dúvida, esperançosos de que em outubro a pandemia já estivesse controlada e as regras para entrar e sair dos países já estivessem normalizadas. No entanto, o tempo passou e não foi bem o que aconteceu. Muitas ainda estão bem rígidos em relação à autorização de turistas, obrigando pessoas oriundas de algumas países, como o Brasil, a cumprir quarentena para atravessar algumas fronteiras.

Com isso, a “ginástica” para criar um roteiro para chegar a Boston passou a ser o principal requisito para nossos inscritos que ainda sonham em correr a prova. A maioria deles optou por quarentena no México ou algum outro país da América Latina para poder entrar nos Estados Unidos sem problemas.

A paulistana Nanci Vilano de Salvo reside em Blumenau e em Florianópolis, SC, e aproveitou o filho que mora em São Paulo para montar sua logística de viagem rumo aos Estados Unidos.

“Ao realizar a inscrição, minha intenção era participar da maratona com ou sem quarentena. E me planejei adequadamente para que  fosse desta maneira. Farei a quarentena em Cancún”, conta Nanci, que viaja na terça, 21/09, de Guarulhos, SP, para o destino inicial da sua viagem rumo a Boston. 

No caribe mexicano, a ideia é ficar em 3 resorts diferentes e talvez até e incluir no roteiro uma passagem por Playa del Carmen, que fica a 70 km de Cancún. E, como a planilha não pode parar, as hospedagens foram escolhidas a dedo. “Selecionei tudo levando em consideração a opção de possuir academia, pois não deixarei de seguir a planilha do coach Marcos Paulo durante este período”, explica a corredora, que vai para sua terceira vez em Boston. A primeira em 2017 e a segunda em 2018. “Na primeira tive uma amidalite uma semana antes da prova e precisei mudar a estratégia da corrida. Mesmo assim fiz uma ótima prova. Na segunda vez, foi o ano que choveu torrencialmente. Terminei, mas não foi nada fácil. Treinei exclusivamente para Boston.  Vou descansar, continuar treinando e estar preparadíssima para a prova.”

Antes de embarcar com destino aos EUA, dois dias antes (06/10) Nanci fará o teste de Covid, exigido para entrar no país. “Poderá demorar até 24 horas para estar disponível. E, caso tenha algum erro, ainda terei tempo para refazer o exame.”

O casal Anamélia e João Dami viaja para o México nesta segunda, dia 20/09, para completar pela terceira vez a prova. “Reservamos um apartamento em Playa Del Carmen e ficaremos lá até 06/10. O teste de Covid dando negativo, embarcaremos para Boston no mesmo dia. Em Boston vamos ficar em hotel, aproveitar a cidade e seus parques lindos. E entrar na vibe surreal da maratona”, conta Anamélia, que aproveitou a viagem para planejar mais uma maratona nos Estados Unidos.  “Dia 12/10 vamos para Nova York, onde no sábado 16/10 correremos a NYCRUNS Prospect Park, no Brooklyn.”

Anamélia e João Dami



A corredora Tatiana Lima Valério, de Curitiba, PR, completará sua quarta Maratona de Boston este ano, além da virtual em 2020. Ela optou por fazer a quarentena na Cidade do México, para onde embarcou no domingo, 19/09, saindo de São Paulo, aproveitando uma viagem a trabalho à capital paulista. “No dia 08/10 vou para Boston, contabilizando os 14 dias completos exigidos de quarentena, mais 4 dias extras de segurança para não gerar questionamentos”, conta Tatiana, que não vai incluir nenhuma prova durante a quarentena.

Tatiana Lima Valério



A última maratona presencial da paranaense foi em 2019, exatamente em Boston, que com certeza tem um lugar especial no seu coração. “Quero completar 10 consecutivas lá.”

Quem está prestes a completar sua 10ª maratona só em Boston é o mineiro Paulo Lima, de Uberlândia. Com 277 maratonas completadas em 41 países e 5 continentes, a pandemia adiou o sonho das 300 e Nilson vai aproveitar a viagem para dar uma esticada a mais e aumentar o número de maratonas no já recheado currículo. Serão oito programadas em menos de 40 dias.

Ele também viaja nesta segunda, dia 20/09, para Guadalajara, no México, onde cumpre a quarentena, e já tem a primeira maratona programada para o próximo fim de semana. Fará no dia 26/09 a Maratona de León. No dia 06/10, viaja para Boston e, no final de semana seguinte, 09/10, corre a Maratona de Hartford, em Connecticut. Dois dias depois, na segunda, 11/10, faz sua 10º Maratona de Boston.

“É uma prova repleta de história: a mais antiga do mundo. A exigência do qualify faz dela o ‘selo de qualidade’ do maratonista. O envolvimento da população é impressionante. Foi lá pela primeira vez que uma mulher correu os 42 km, disfarçada de homem”, lembra Nilson apenas alguns alguns detalhes que fazem de Boston tão especial. “Tenho um amigo brasileiro, Paulo Fernandes, que mora lá há 17 anos e há 5 anos tenta ser sorteado para trabalhar como voluntário. Este ano ele conseguiu e estará no km 18, servindo água.”

Depois de Boston, Nilson ainda tem pela frente as Maratonas do Brooklyn, NY (16/10), Atlantic City, NJ (17/10), Cleveland, OH (24/10), Marine Corps, Washington, D.C (31/10), antes de terminar seu roteiro em grande estilo, na celebração dos 50 anos da Maratona de Nova York (07/11).

Nilson



Também da cidade de Uberlândia, MG, a corredora Neiva Temporim Ribeiro não teve dias fáceis no último ano. “Resolvemos aqui em casa me dar esse presente.  Além da pandemia, um câncer de mama entrou no caminho. Mas já estou recuperada e treinando dentro das novas limitações impostas pelo tratamento. Mas o mais importante: estou viva e cheia de vontade de correr”, comemora Neiva, que carimbou o passaporte para Boston com o qualify obtido em 2019 na Maratona de Chicago.

Neiva Temporim Ribeiro



Sua viagem rumo ao sonho de Boston começa também nesta segunda, 20/09, quando segue para o México para fazer a quarentena em Playa del Carmen. Como parte de preparação para a maratona, além dos treinos, fará uma meia maratona virtual pelas ruas de Playa (Corrida da Ame). A viagem para Boston está marcada para o dia 06/10. 
“Após Boston, vou descer para a Flórida para visitar amigas e depois subo para Nova York para correr a maratona no dia 07/11.”


Se a maioria já está com seus roteiros de viagem praticamente organizados e planejados, o mesmo não podemos dizer do gaúcho Jacques Fernandes, que mora em Sintra, Portugal, e está vivendo um “drama” à parte para conseguir confirmar sua presença pela 8ª vez seguida em Boston, desde 2013, além da virtual em 2020.

Não bastasse a questão da necessidade de quarentena, ele ainda precisa resolver a renovação do visto para entrar nos Estados Unidos. “Minha programação está bem doida ainda. Estou planejando ir para o México na terça (21/09) e ficar lá tentando resolver isso. Tenho acompanhado no mundo todo os consulados e o único lugar que eventualmente abre uma vaga é lá. Já aconteceu por duas vezes de eu olhar e ter uma vaga no dia seguinte para Tijuana ou Laredo”, conta Jacques, que tem uma ligação muito forte com Boston e por isso o esforço de querer estar lá. “Muitas coisas importantes marcaram outras edições que corri da prova, como o ano do atentado, a morte do meu pai, corrida com amigos, o bonde do sub 3h. Cada ano teve seu momento e sua história. É uma maratona que corro leve e os quilômetros passam voando. Sinto como se o público me carregasse. Ou quem sabe mesmo meu pai correndo comigo!”

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Fernanda Paradizo
Repórter e Fotógrafa Oficial



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