Se existe uma coisa que eu já aprendi é que toda viagem para maratona vem com seus perrengues, mas a de Tokyo foi de longe a mais desafiadora para mim. Meu lema é lidar com um problema de cada vez! Chegar ao aeroporto, passar pelo portão, embarcar, atravessar a imigração, chegar ao hotel – tudo segue uma ordem precisa.

Minha jornada para Tokyo começou de forma inesperada: de repente, meu voo sumiu e não havia como encontrar minha filha na conexão.

Comecei com os perrengues habituais das conexões. Sempre me irrito com a ilógica de ter que fazer conexão em Miami para chegar em Atlanta e vice-versa. Mas, quando se busca economia, às vezes não tem jeito.

A maratona de Atlanta estava muito bem organizada, à moda das americanas. O percurso foi desafiador, mas serviu como treino perfeito para Tokyo.

No dia da viagem para Tokyo, acordei às 4h da madrugada preocupado se conseguiria um Uber. Pelo menos, um estresse a menos!

Chegando ao balcão da Air Canada, um aviso de cancelamento de voo devido a uma nevasca em Toronto fez meu coração disparar. Depois de um tempo de espera angustiante, o voo foi retomado, mas o sistema estava fora do ar e os cartões de embarque precisavam ser emitidos manualmente.

Pensando que o pior já havia passado, cheguei ao portão de embarque e avisei minha filha que nos encontraríamos em Toronto como planejado. Mas aí veio a surpresa: uma verificação de documentação exigia meu ETI para entrada no Canadá.

Normalmente organizado, vasculhei a mala inteira e não encontrei o documento. Liguei para casa, mas sem sorte. Minha filha tentou ajudar, mas não deu tempo para emitir um novo ETI e o embarque foi encerrado.

A atendente tentou me acomodar em outro voo, mas o sistema offline e os altos custos das alternativas foram obstáculos. No fim das contas, tive que arcar com uma passagem cara, com conexão em Houston, que me custou U$ 2.000 – um golpe no bolso e na sensação de desperdício, sem perspectivas de reembolso.
** detalhe: eu estava com o ETI. Encontrei depois junto com a cópia do passaporte.

Primeiro estresse resolvido, agora era torcer para que minha filha chegasse a Tokyo e encontrasse o hotel. Apesar da preocupação, ela conseguiu chegar e aproveitar a cidade sozinha.

Para evitar novos estresses, acabei passando a noite no aeroporto mesmo, sentado, até o dia seguinte. A cada viagem, aprendemos a enfrentar novos desafios – e hoje, até para ir na padaria da esquina, não saio sem o tal do ETI.

E o melhor de tudo: a maratona transcorreu sem nenhum contratempo. A única coisa que escapou foi o tão almejado sub4h por meros 1m30, tempo para a onça beber água.

 

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