A médica e empresária SINTHYA JÁCOME corre há 10 anos e tem 7 maratonas no currículo. A estreia nos 42 km aconteceu em 2014, em Berlim, como uma forma de celebrar os 42 anos. “Achei que faria só uma”, conta Sinthya, que, a partir de então começou a trilhar seu caminho em busca da Six Metal, completando Chicago em 2016, Londres e Nova York em 2017 e Tóquio e Boston em 2019. A corredora, que é de Belo Horizonte, MG, e mãe de 2 filhos, conta aqui como começou a correr, como surgiu seu interesse pelas Majors e como faz para conciliar os treinos de corrida com trabalho e família.

MAJORS BRAZIL: Fazia algum esporte antes da corrida? Qual seu passado esportivo? Não tive um passado esportivo brilhante. Na verdade, até os 28 anos, quando tive uma trombose venosa profunda, não fazia nada. Aí comecei a fazer academia, musculação mesmo, mas correr, achava difícil e sofrido. Só 10 anos mais tarde, comecei a correr.

MAJORS BRAZIL: Como e quando começou a correr? Comecei a correr nem sei por quê. Acho que para finalizar os treinos de academia. Mas era difícil. Um dia vi uma provinha de 6 km e resolvi me inscrever. Quase morri! Era cheia de subidas, no Belvedere, em BH.

MAJORS BRAZIL:Quando se interessou por maratona e quais eram seus medos e receios antes de encarar a distância?  Achei que faria só uma. Quando fiz 42 anos, pensei: “Vou fazer 42 km aos 42!” Foi em 2014, em Berlim. Acho que não tive medo. Treino na HF Treinamento Esportivo e eles fazem um trabalho de base muito bom para maratonas. Derrubei muito grandalhão em Berlim. Não tinha pretensão de tempo, só de chegar. Na primeira você fica meio perdida com o seu limite. Cheguei bem, feliz, realizada e inteira.

MAJORS BRAZIL:Quando de fato começou a perseguir o sonho das Majors? Como estabeleceu a sequência delas? No escritório da minha assessoria de corrida tinha uma foto das Majors numa porta. Eu ficava olhando e pensando que, se pudesse, correria todas e seria uma Major. A sequência? Como assim? kkkk Vai na ordem que dá, que você consegue com sorteios, doações, vagas da Kamel, de qualquer jeito.

MAJORS BRAZIL: Como você se define como corredora? Gosta de performance, gosta de correr sozinha, com amigos? Precisa de algum objetivo para treinar? Gosto de correr com amigos, mas treino de ritmo faço sozinha. Tento melhorar meu pace para conseguir meu Sub 4h na próxima maratona. Esse é o objetivo atual. Sempre tenho um, senão não dá.

MAJORS BRAZIL: Quem é seu ídolo no esporte? E na corrida? Meus ídolos são bem próximos. São meus treinadores: Heleno Fortes, Volnei Prado, Everton das Dores. Eu me espelho na força e na raça deles.

MAJORS BRAZIL: Como você descreveria hoje cada uma das Majors? Qual gosta mais e qual gosta menos? Se tivesse que escolher uma para repetir, qual seria? Berlim: estreia. Nova York: diversão. Londres: glamour. Chicago: Superação. Tóquio: sofrimento. Boston: Quero mais.. A que mais gostei foi Nova York. A que menos gostei foi Tóquio (estava um frio de matar). Eu repetiria Boston, que corri 40 dias depois de Tóquio, com o dedinho do pé quebrado, fiz um tempo péssimo. Foi só para pegar a medalha. Queria voltar e correr num pace melhor.

MAJORS BRAZIL:Depois das Six Majors, como ficaram seus objetivos de corrida? Tinha alguma maratona planejada para 2020 ou algum sonho de corrida que teve que ser adiado por conta da pandemia? Para 2020, não tinha, mas em 2021 vou para Frankfurt, se tudo der certo.

MAJORS BRAZIL:O que a corrida significa para você? Quais os benefícios que trouxe para sua vida? Como é um dia do seu de treino e como concilia com as outras coisas da vida, como trabalho, família e lazer? A corrida hoje ocupa uma boa parte da minha vida. Parece que vai tomando conta. Seus amigos começam a ser os amigos da corrida. Você sai com eles, viaja com eles e, quando vê, tudo gira em torno da corrida. A família e o trabalho vão se encaixando aí. Treino à noite durante a semana e pela manhã aos finais de semana.

MAJORS BRAZIL:Quais conselhos daria para quem quer perseguir o sonho das Majors?  Foco! Não desviar dessas provas, porque é um sonho que precisa de dedicação, sai caro e leva tempo. Vale à pena! O orgulho é para sempre.

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Fernanda Paradizo
Repórter e Fotógrafa Oficial