A Major santista CAMILA SPINELLI morava em São Paulo, capital, até se mudar para Orlando, onde vive há 17 anos e trabalha como corretora de imóveis. Casada e mãe de três filhos, dois meninos e uma menina – com idades entre 15 e 19 anos –, ela viu na corrida a modalidade ideal para praticar uma atividade física com filhos ainda pequenos. “O melhor esporte que encontrei foi ‘empurrar carrinho’ correndo”, conta a maratonista, que tem 48 anos, corre há 16 anos, acumula vários pódios por categoria na Disney e um total de 19 maratonas no currículo, sendo seis delas só em Boston.
MAJORS BRAZIL: Como começou a correr e qual seu passado esportivo antes de a corrida entrar na sua vida?
Sempre gostei de esportes. Fiz dança e equitação (competições). Com filhos pequenos, o melhor esporte que encontrei foi empurrar carrinho correndo (rsrs). Minha primeira corrida foi em São Paulo. Lembro que falei que nunca mais ia fazer essa loucura. Comecei participando de todos os tipos de corridas de rua, como Traço&Field, São Silvestre e outras. Aumentar a distância para a maratona foi um processo de sempre estar me desafiando e procurando desafios para objetivos maiores.
MAJORS BRAZIL: Como foi sua primeira maratona e quais eram seus medos e receios antes de encarar os 42 km?
Lembro que fui programar uma viagem de família para a California e descobri uma maratona pequena em Santa Monica (2013). Decidi fazer. Em toda maratona o nervoso e o frio na barriga faz parte do pacote. Fui sem expectativas e terminei em 3:55. Fiquei feliz da vida.
MAJORS BRAZIL: Sua primeira Major foi de cara Boston em 2015, onde já acumula 6 participações. Como essa Major tão especial entrou na sua vida?
Foi muito engraçado. Eu já estava morando em Orlando e todo ano fazia as corridas e a Maratona da Disney. Conversando com uma amiga que sabe tudo sobre corrida, ela me perguntou meu tempo na maratona e disse que eu me qualificava para a Maratona de Boston. Sem noção do que era qualificar, fui pesquisar e me inscrevi na Maratona de Boston, minha primeira Major.
MAJORS BRAZIL: Quando começou a perseguir a trajetória em busca das seis Majors?
Um amigo me mandou um link das seis Majors brincando e dizendo que esse era um bom desafio para mim. Também não sabia que existia. Fui pesquisar e comecei a sonhar. A sequência foi acontecendo conforme o calendário familiar (Boston 2015, Chicago 2016, Nova York 2017, Londres 2018, Berlim 2018 e Tóquio 2019).
MAJORS BRAZIL: Como você se define como corredora? Gosta de performance, gosta de correr sozinha, com amigos? Precisa de algum objetivo para treinar?
Corredora feliz! A corrida faz parte do meu dia. Gosto de performance, de desafio, de objetivos. Corro muito sozinha nos meus horários, mas gosto e corro com amigos também.
MAJORS BRAZIL: Depois das Majors, como ficaram seus objetivos de corrida? Tinha alguma maratona planejada para 2020 ou algum sonho de corrida que teve que ser adiado por conta da pandemia?
Acabei minhas Majors e infelizmente veio o corona. Tinha a Maratona de Boston 2020, que fiz virtual.
MAJORS BRAZIL: Qual foi se maior desafio na corrida?
Correr Boston e Londres em 2018 (com diferença de uma semana) e acabar as duas maratonas em 3:31.
MAJORS BRAZIL:O que a corrida significa para você? Quais os benefícios que trouxe para sua vida? Como é um dia seu de treino e como concilia com as outras coisas da vida, como trabalho, família, lazer?
Corrida faz parte do meu estilo de vida. O dia começa depois que a corrida termina. Corrida só trouxe e traz coisas boas, como saúde, conhecimentos, amigos, aprendizados, alegrias. Concilio correndo antes ou, se preciso, depois dos compromissos. Mas prefiro correr de manhã. Sem desculpas.
MAJORS BRAZIL: Como são seus treinos em Orlando? Tem algum grupo? Onde treina, como é sua participação em provas?
Ja deixo a roupa da corrida separada. Acordo, tomo café e vou correr… ou corro por perto da minha casa ou na esteira da academia. No momento, não estou seguindo planilhas e nem participando de provas. Estou saindo de uma lesão (faz parte), esperando a vida voltar ao normal e torcendo para as maratonas voltarem logo.
Fernanda Paradizo
Repórter e Fotógrafa Oficial